quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A água que vem do céu

Pós-feriado e chuva, muita chuva, chuva que não parava. Chuva que caía, encharcava e transformava as ruas em rios - de sujeira.

Chuva que desanima, transmite sonolência. Chuva de São Paulo, que castiga a cidade, o trânsito, os pedestres, os que trabalham, os que estudam.

A precipitação - em termos de estudos em Geografia - consiste em um ciclo natural e, portanto, deveria estar em harmonia com os seres vivos: plantas e animais. Eis que o ser humano surge, depreda, domina, explora, devasta, polui.

No fim, a chuva acaba se tornando um problema e a cidade um caos. Mais pessoas saem com seus carros, o congestionamento se agrava, muitos se atrasam para seus compromissos, o estresse é sempre maior e a probabilidade de acontecerem acidentes aumenta. A correnteza leva o lixo das calçadas para os boeiros que entopem, as ruas alagam, os não-motorizados fazem malabarismos para não pisarem nessa água ou ter o menor contato possível com ela.

Só fazendo um parênteses. Infelicidade em dias de mau tempo não é apenas o céu nublado desanimador e o frio consequente. Por pura sacanagem - ou não, o que acho difícil - carros trafegando em velocidade razoável passam e banham pedestres desatentos à beira da calçada.

Acho que nunca tinha me irritado tanto quanto ontem com os estragos resultantes de tanta chuva. Como você pode ver, a água que vem do céu não traz problemas, apenas os torna mais vísiveis.

E me pergunto até quando projetos de melhoria e educação serão criados, aprovados, iniciados, concluídos e, finalmente, considerados um passo à frente no quesito meio ambiente. E quando será que sustentabilidade passará a ser pauta obrigatória da mídia, tratada com a devida seriedade e não apenas como estratégia de marketing.

E quando o chamado desenvolvimento sustentável será prática corriqueira de corporações e políticos. E quando os cidadãos estarão conscientes de que o papel de cada um é de extrema importância, já que somando a ação de cada indivíduo em um universo coletivo podemos realizar profundas mudanças, maiores até do que imaginamos ser possível.

Espero que a água que vem do céu, uma espécie de bênção, não chegue tarde demais para purificar mentes poluídas pelo egoísmo e ganância.





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