terça-feira, 24 de agosto de 2010

O terminal

"Píííí!", parada solicitada. Eis o primeiro destino.

Filas. Espera. 
Casais, senhoras, jovens.
Ansiedade, irritação, impaciência.

Trabalhadores, usuários, desumanizados.
Muitos passam por lá todos os dias, no início e no fim do dia.

Ambiente nada acolhedor. São escuros o teto e os espaços onde se sentar. Diversas luzes - fracas.

Placas com números e letras. Letras e números que são nomes de ônibus. Esses nos levam, estressam, transportam.

E chegamos a nosso destino. Com trânsito, chuva, "emoção" (da montanha-russa em que se sente) e tantos desconhecidos que nos acompanham que nem é possível se mover.

Mas... aonde vamos? A outra parada? Outro bairro? Outro universo?
Ou, de fato, a nosso destino?
O terminal.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ganhar, perder e viver o jogo da vida

Nunca passou por minha cabeça o fato de que um jogo poderia me fazer parar para refletir. Acreditem, não conhecia o Jogo da Vida até a semana passada e fui surpreendida.

Para mim, basicamente, o jogo simula a vida real com características idênticas e outras, digamos, "aprimoradas". Percebi que algumas situações eram, de fato, iguais à realidade, como você ir para a faculdade e ter filhos. Já outras foram adaptadas: o salário dos profissionais é bem maior - proporcionalmente - e existe a opção de uma aposentadoria rica.

O que me decepcionou foi o objetivo, ser o jogador mais rico para receber o título de vencedor. Todo jogo tem de ter um critério para selecionar o ganhador, mas o dinheiro acumulado é o parâmetro mais adequado?

Talvez eu não devesse levar uma brincadeira tão a sério. Mas duas rodadas bastaram para me levarem a refletir sobre a vida e a relação com o dinheiro.

Na primeira rodada, tive gêmeos. Porém, na segunda, não tive filhos. Fiquei desapontada de duas formas diferentes. Na vida real, porque constituir uma família é parte da vida (portanto, algo importante e que deve trazer felicidade) e, no jogo, porque não ganhei presente de aposentadoria que seria dado por cada um dos filhos.

Ingenuidade minha. Pois, resumindo, o jogo gira em torno do dinheiro, já que o vencedor é aquele que tiver maior riqueza. Nesta uma hora de brincadeira, você quer a profissão que tem o salário mais alto, evitar gastos imprevistos, ganhar bônus e, claro, ter uma  aposentadoria milionária.

Ok, na vida real acaba sendo assim mesmo. Vivemos o capitalismo e parece que o grande vencedor é sempre o dono de uma "senhora" conta bancária. Mas nada é tão simples e acredito que a vida não se resume a posses.

Viver não é só trabalhar para sobreviver, é muito mais. Viver é aproveitar o tempo com as pessoas queridas e fazer com que saibam que são importantes para você. Viver é fazer o que se gosta e o que se deve fazer. Viver é a oportunidade para ensinar, aprender e provocar mudanças nas pessoas, na sociedade e até no mundo.

De qualquer modo, cabe a cada um avaliar e descobrir se está a caminho de ganhar ou não o jogo da vida.