Voltando ao propósito deste blog, como prometido, trago o famigerado soneto de amor de Camões, datado de 1595.
Até alguns anos atrás, considerava lindo este poema. Porém, hoje, soa um tanto dramático. Enfim. Profundo, belo, dramático, é uma produção literária fundamental para o conhecimento básico sobre poesia.
No fim, talvez a única pretensão seja de mostrar a contrariedade do amor.
Até alguns anos atrás, considerava lindo este poema. Porém, hoje, soa um tanto dramático. Enfim. Profundo, belo, dramático, é uma produção literária fundamental para o conhecimento básico sobre poesia.
No fim, talvez a única pretensão seja de mostrar a contrariedade do amor.
Foto: divulgação
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento desconte;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É um solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís Vaz de Camões (1524-1580), poeta português