sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tempo de quadrilha

É tempo de fim de semestre, provas, trabalhos. De quase férias. É tempo de meio de ano. É tempo de namorados e santos. Também é tempo de festa junina.

Pipoca, quentão, canjica, paçoca, pé-de-moleque. E assim vai. Apesar de as comidas serem atrativas, o que mais me chama a atenção é a quadrilha.

Tive a oportunidade de assistir a uma totalmente improvisada, e talvez pouco criativa, mas bastante divertida. Os participantes - aliás, todos os que estavam presentes - mostravam sua alegria.

Lembrei da época de colégio. Tínhamos ensaio, escolhíamos nosso par, reservávamos o sábado para a festa. De uns anos para cá, passei a ter a impressão de que era a mesma música-tema para a hora da quadrilha, aliás, "o" evento do dia - os alunos da sétima série até o segundo colegial esperavam ansiosamente pelo momento da dança final, quando os terceiranistas desfilavam pela quadra e celebravam o casamento dos noivos.

Para dizer a verdade, tudo isso acabou se tornando rotina e, portanto, chegou a ponto de perder a graça. Mesmo porque não é mais a minha turma que dança.

E hoje percebi. No fundo, o importante não é necessariamente fazer um planejamento minucioso para sair tudo nos conformes. O improviso pode cair muito bem, porque - afinal - o que vi não eram apenas sorrisos amarelos, fingidos ou pequenos, eram gargalhadas de pura alegria. O motivo era simples: estavam dançando quadrilha.

domingo, 14 de junho de 2009

Enamorados

Noite de 12 de junho em São Paulo. Muitas pessoas na rua, no metrô, por aí. Casais andando, casais passeando, casais jantando. Casais conversando, casais comemorando, casais namorando. Este foi o Dia dos Namorados na emenda de feriado.

Mais que qualquer dia, a rua e os restaurantes foram tomados por namorados. Sim, é uma data romântica. E, sim, também é uma data "marketeira" - o quanto os namorados e namoradas não movimentam a economia nacional comprando uma lembrancinha ou um presente?

Dia de cinema

Também foi dia de Noitão no HSBC Belas Artes, especial de aniversário de 5 anos e com exibição de cinco filmes. Estava cheio, tinha muita gente na fila e os ingressos estavam esgotados. As sessões iriam começar por volta da meia-noite.

O primeiro filme foi A comunidade (2000), dirigido por Alex de Ia Iglesia. Pensei que fosse ter medo, porque uma sinopse indicava como "terror cômico". Não curto este gênero. Mas não fiquei com medo e nem com sono. Rendeu várias risadas. Algumas sacadas tendiam para o trash, o que tornava o filme engraçado e até inteligente. A atriz Carmen Maura (Volver) é a protagonista.

Em seguida, saímos correndo para assistir a Tinha que ser você (2009), de Joel Hopkins, pré-estreia. Apesar de ter começado depois das duas da manhã e ser romântico, não pisquei os olhos. Os personagens principais, interpretados por Dustin Hoffman e Emma Thompson, que dispensam apresentações, eram solitários na trama. Sentimental e, eu diria, "bonitinho" - traduzindo, "água com açúcar".

O último desta maratona foi arriscado. Poderíamos ver A Onda ou Nathalie X, porém, decidimos apostar no "filme surpresa". Espera mais longa... Pessoas bocejavam ou tinham expressão de cansaço. Eram mais de quatro horas da madrugada.

Para nossa alegria, o filme era francês, intitulado Paris (2008), do diretor Cédric Klaplisch. Não que o filme fosse chato ou ruim, embora um tanto parado, mas meus olhos foram fechando até a imagem da tela sumir. Permaneci assim durante uns 15 ou 20 minutos. Enfim, o fato de Juliette Binoche ser a atriz mais conhecida no elenco não deixou a produção a desejar. Sí, la película es buena. As histórias, interligadas, eram tristes - um pouco à la Iñárritu.

Depois das seis horas cinéfilas...

O saldo do Noitão é um pouco deprimente para os solteiros, independentemente de finais felizes. A comunidade mostra a "união" pelo interesse; Tinha que ser você apresenta a mulher madura que foge de relacionamentos sérios porque tem certeza de que sofrerá quando tudo acabar; e Paris traz personagens em busca de algo, que não o amor, e a fatalidade do destino de outros, aqueles que amam.

Apesar dos desencontros e decepções, ingenuamente esperançosa ou não, ainda acredito na existência do amor.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mestre, poeta, fingidor

Fazia muito tempo que eu não ia ao teatro. Não tenho o costume de assistir a peças, mas gosto bastante. Para mim, a relação entre os atores e o público é aberta para reações diversas e, portanto, é sincera.

Noite fria e o público à espera. Quando o auditório é aberto, as pessoas entram e se acomodam. As luzes se apagam e a ansiedade aumenta. O espetáculo já vai começar.

A peça intitulada O fingidor, dirigida por Samir Yazbek, é uma ficção bem-humorada da vida do poeta português Fernando Pessoa, que se passa por datilógrafo para trabalhar com um aclamado crítico de sua obra. Além desse novo personagem, a história também mostra os heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Confesso que de teatro não entendo nada. Então, as impressões registradas aqui partem de uma espectadora "crua".

O elenco, não à toa, foi aplaudido de pé e com sorrisos nos rostos. O destaque foi Helio Cicero, protagonista, no papel de Fernando Pessoa e de, digamos, seu novo heterônimo, interpretado de forma caricata, porém, espetacular. Este era divertido, carismático, desinteressado por poesia. O outro, "ele mesmo", era sério, louco, fingidor...

O texto traz a poética de Pessoa com naturalidade e, entre outras obras-primas, o poema a que o título da peça faz alusão, "Autopsicografia". Esses versos não poderiam faltar na peça e, muito menos, aqui.


Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Fernando Pessoa (1888-1935)


*** O fingidor estreou em 1999, quando o diretor Samir Yazbek recebeu o Prêmio Shell de melhor autor. Nestes 10 anos, a peça teve ótima aceitação pela crítica, montagem em outras cidades, tradução para outras línguas e adaptação para a televisão. ***


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sexta-feira, 5 de junho de 2009

5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente

No dia 5 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Meio Ambiente. Por aqui, em São Paulo, a data foi lembrada um pouco antes.

Na quarta-feira, dia 3, a Câmara Municipal aprovou uma lei para reduzir agressões ao meio ambiente, com projeto de autoria do prefeito da cidade, Gilberto Kassab. Dessa nova regulamentação, aprovada por 51 dos 55 vereadores, destacam-se as seguintes medidas:

- frota de ônibus de São Paulo (15 mil veículos) com utilização de etanol e energia elétrica
- retomada da carona solidária
- ampliação da inspeção veicular
- instalação de ecopontos em todos os bairros para coleta seletiva de lixo

(Fonte: Jornal Metro, edição de 4 de junho de 2009)

Iniciativa interessante, porém, falha

Com certeza, os itens de 2 a 4 são adequados e necessários para uma megalópole como São Paulo. O item 1 pode ser interessante, mas alguns aspectos devem ser levados em consideração.

O etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar que tem de ser plantada, resultando - portanto - em desmatamento. Já a energia elétrica deve ser otimizada - não apenas economizada. Não é para isso que existe o horário de verão? E os fretados? Eles merecem fazer parte da discussão, porque são numerosos pela manhã na movimentada Avenida Paulista.

Além disso, existe outro detalhe - que nem é tão detalhe assim. Essas medidas não estão em acordo com as aprovadas pelo atual governador do Estado de São Paulo, José Serra. O projeto estadual prevê a construção de mais avenidas e viadutos, o que leva a mais carros circularem. Um dos agravantes é essas obras serem instaladas próximas à Marginal Tietê que já é caótica, feia e fedida.

Foco deve ser melhor ajustado

Os paulistanos enfrentam diversos e grandes problemas. Péssimas condições de transporte público, congestionamento em vários pontos da cidade, volume absurdo de lixo, além de poluição atmosférica, visual, sonora e de locais públicos.

Não soa um pouco estranho tentar optar por combustíveis alternativos, que criam outras preocupações, e dar mais espaço para carros - que poluem, e muito, o ar? E a coleta seletiva, tentativa fracassada por incansadas vezes, será efetiva, mesmo com a falta de educação e conscientização da massa da população?

E ainda é difícil de entender por que não investir de forma maciça na despoluição do rio Tietê, que pode ser transformado em excelente via de transporte e utilizado para turismo, em vez de se acumular mais concreto, e consequentemente mais lixo, ao redor dele.

Cada um pode fazer sua parte

Se há algumas falhas, pelo menos existem pontos positivos. O Governo de São Paulo oferece o serviço Disque Ambiente. Através do número 0800 11 3560, com atendimento 24 horas, o cidadão pode denunciar crimes ambientais, como:
- desmatamento - queimada - despejo ilegal de lixo - poluição do ar - emergências químicas - crimes contra fauna e flora - tráfico de animais


(Fonte: anúncio)

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) também apresenta uma mobilização interessante. Uma iniciativa mundial para o plantio de árvores nativas ou apropriadas para o meio ambiente local com o slogan "Plantemos para o Planeta: Campanha 7 Bilhões de Árvores".

Governos, empresas, indústrias, comunidades e indivíduos são encorajados a estabelecer um compromisso de participação online para plantar 7 bilhões de árvores no mundo todo até o fim de 2009.

(Fonte: site da United Nations Environment Programme - UNEP)

Então...

Os três "R" resumem a "frase de ordem":
*** Reduza, Reuse, Recicle ***

Para finalizar, o clipe da música "What I've done", do Linkin Park, mostra os problemas, não só ambientais, da nossa atualidade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Recorde

Faço a estreia do mês de junho com uma grande vitória. Bati o recorde de número de posts em maio, com quatro textos. Até então, o máximo tinha sido três.

Gostaria de poder atualizar este espaço com mais frequência. Talvez duas vezes por semana. E não é por falta de tema, assunto, reflexão... um pouco por falta de tempo.

Por fim, deixo meu blog aberto a sugestões de temas. Pode ser sobre animais de estimação, chocolate, pessoas, internet, escrever, dinheiro, esportes, família, viagens, planos para o futuro e até arriscar falar sobre política. E, claro, sobre poesia!

Exercitem sua criatividade e façam suas sugestões!