sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mais um ano se passa...

E chega a fatídica hora em que fazemos o balanço do ano que passou e listamos nossas expectativas para o próximo!

Começando pelo blog, depois de apenas 9 postagens neste ano, completei 100 posts! É um marco, apesar de minha meta ser sempre aumentar o número de crônicas-desabafos aqui! Cheguei a ter alguns insights, mas não rendeu um texto para publicar ou a preguiça acabou falando mais alto.

No mais, a vida foi bem agitada.

Fui bem-sucedida (diga-se nos dois semestres) nos cursos de idioma (Japonês e Alemão). Descobri que a língua de minhas raízes pode ser difícil, mas - com dedicação - é possível aprendê-la. Descobri também que ainda gosto muito de estudar Alemão e que muitas coisas que vi um dia estão guardadas em algum lugar da minha memória.

Tentei participar das atividades de associações de províncias japonesas, de onde minha família veio. Mas - com a correria - deixei de lado, apesar de continuar a querer ajudar.

Viajei e conheci cidades em 3 países diferentes. Pratiquei bastante o Espanhol. Tomei coragem de ir sozinha. Tive a oportunidade de conhecer pessoas de culturas diferentes que nem imaginei que um dia fosse encontrar.

Ganhei novos amigos que em poucos meses já se tornaram especiais, mas me encontrei pouco (ou menos que gostaria) com os antigos.

Deveria ter feito mais academia e poderia ter gastado menos para poupar mais. Deveria ter tido mais paciência e ser mais extrovertida. Deveria ter me estressado menos. Poderia ter amado ainda mais.

Descobri que a família, mesmo com os conflitos, é importante e que devo passar um tempo com ela, principalmente com meus pais.

Talvez tenha falado demais e com sinceridade excessiva.

Talvez pudesse ter lido mais.

2013 foi um bom ano.

E torço por um 2014 menos caótico, estressante, emburrecedor, alienado, anti-ecológico. Por um novo ano com menos futilidades e mais preocupação.
Menos selvageria e mais respeito e amor.
Menos papel e mais praticidade.
Menos bens materiais e mais desapego.
Menos braços cruzados e mais esperança.
Menos Internet e mais livro.
Menos assassinatos à Língua Portuguesa e mais acertos.
Menos ansiedade e mais paciência.
Mais dinheiro e otimismo!
E que seja um ano maravilhoso!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Homenagem poética a Manuel Bandeira

Começo este post com uma confissão, de que até me envergonho. Perdi muito do contato com as Letras, a literatura, a leitura, a escrita como lazer. Quando me lembro disso, fico um tanto abatida e um tanto decepcionada comigo mesma.

Infelizmente, acabei trocando o virar a página de papel por ficar conectada. Mas a tecnologia pode ajudar a estimular a leitura de outras formas, em celulares e tablets. Vamos ver se me adapto a este novo ler.

Após o desabafo, trago uns versos em homenagem a Manuel Bandeira (1886-1968), que um dia imaginou Pasárgada, antes uma cidade da antiga Pérsia e hoje uma cidade situada no Irã, como um lugar ideal.

E esta é minha homenagem poética bandeiriana!

Se pudesse, eu viajaria
A Pasárgada iria
E, de lá, não mais voltaria...


Quem sabe eu não escreva uma série em homenagem aos grandes poetas brasileiros?

sábado, 28 de setembro de 2013

When September ends

Setembro já está perto de terminar, mas todo ano me lembro da música "Wake Me Up When September Ends", do Green Day.

A letra é meio tristinha, o clipe também é meio tristinho... Mas a música sempre se encaixa na minha realidade. E todos os anos. Só pelo fato de querer que setembro (e todo o semestre também) acabe logo e/ou a vontade de dormir e acordar apenas quando o mês tiver seu fim.

Para relembrar a música, seguem um trecho da letra e o link para o clipe:

"Here comes the rain again
Falling from the stars

[...]

Wake me up when September ends"





sábado, 7 de setembro de 2013

Vai um chazinho?

Desta vez, faço uma homenagem à bebida considerada quase como remédio, sem a menor graça para alguns, o chá. De uns tempos para cá, não sei bem por que, mas acabei me habituando a tomar chá, depois das refeições, quando faz frio, quando tenho vontade... e também quando meu organismo não está bem.

Talvez o chá para mim seja mais ou menos como o café para a maioria. Vai bem em praticamente qualquer ocasião e não posso passar muito tempo sem consumir. Vai bem com comida japonesa, com doces, como acompanhante de estudos, numa noite gélida, com um bom livro, debaixo do cobertor... Sinto falta. Faz falta. 

Ou, então, este meu "vício" seja apenas uma herança cultural das minhas raízes nipônicas. Os japoneses têm o costume de tomar chá verde natural, fazendo a infusão das folhas na água quente. Este tipo de chá é digestivo e antioxidante. Não é à toa que eles são tão saudáveis!

O curioso é que me acostumei a beber chá em caneca, não em xícara. E isto pode ter sido o motivo de eu começar a gostar de canecas. Já tenho três e faria uma coleção, se tivesse espaço. Na verdade, se pudesse, teria uma caneca para cada tipo de bebida - uma para água, outra para suco, uma terceira para chá...

O interessante é que existe uma variedade muito grande, desde "puros" até os mistos. Nem dá para enjoar! Sou totalmente fã do chá inglês, é o melhor.

A conclusão de tudo que falei é que as pessoas devem ter menos preconceito com essa bebida, pois tem a imagem de "tratamento alternativo", enquanto pode ser uma experiência prazerosa. Vai um chazinho?

domingo, 25 de agosto de 2013

Um suspiro poético

Nestes últimos dias, em que muitos pensamentos passaram por minha cabeça, resgato um poema que escrevi em 2008.

Posso dizer que é uma homenagem ao ilustríssimo Manuel Bandeira, uma poesia inspirada nos versos de "O Último Poema" (inspire-se aqui).

Boa leitura!

Último suspiro

meu último suspiro
é um suspiro 
por um verso
de amor
de emoção
de alegria

meu último suspiro
é um suspiro
por uma vida
de amizades
de paixões
de lembranças

meu último suspiro
é um suspiro
apenas um suspiro
por ar que me dá vida
para a viagem ao além

meu último suspiro
é um suspiro
de alívio
simples suspiro
suspiro poético
um suspiro
o suspiro
suspiro

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Homenagem a uma xará


Com um pouco de atraso, deixo uma homenagem muito especial e que me remete a minhas lembranças de infância à escritora Tatiana Belinky, que faleceu no dia 15 de junho.

A foto acima ilustra o livro que tenho. É diferente, porque ganhei uma homenagem.

Na época de escola, todos os anos, havia a Feira dos Livros, em que editoras vendiam seus próprios livros aos alunos. Certa vez, fui com minha mãe que me comprou o livro "Quem parte e reparte..." e encontramos ninguém menos que Tatiana Belinky. Minha mãe me incentivou a pedir um autógrafo à autora, porém, eu estava encabulada demais para isso.

Não lembro bem como aconteceu, mas agora tenho registradas palavras valiosas, da minha xará, e que guardei com carinho.

Quero agradecer pela doce lembrança e dizer, então, que descanse em paz. Direto do mundo da literatura para o mundo desconhecido dos sonhos eternos.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Brasileira! - Parte 3

A aventura da vez foi hispânica: na Espanha, vi muitos chineses e japoneses turistando. Como no ano passado fiquei surpresa ao pensarem que eu era chinesa, já presumia que agora não seria diferente. Na América Latina, Santiago e Buenos Aires, passei por algo parecido! E me surpreendi de novo. 

Na Espanha, minha ex-companheira de quarto, que é japonesa, fez uma cara de curiosidade/dúvida em relação ao meu país de origem. Nas aulas de espanhol, os professores chamavam meu nome (Tatiana, que tem origem russa), porém, percebiam que meu sobrenome é japonês. Tive, então, de explicar que sou brasileira, mas que meus bisavós vieram do outro lado do mundo.

Inclusive, uma colega de sala, russa, ficou um tanto intrigada com o fato de eu ser brasileira, ter cara e origem japonesa, e ter o primeiro nome russo. Para eles parece algo quase impossível, contudo, todavia, entretanto, no Brasil é bastante comum.

Já ouvi de algumas pessoas que não sabem diferenciar japoneses, chineses e coreanos. E realmente acho que devem fazer uma salada com os asiáticos.

E os brasileiros (cariocas) que estavam passeando lá nem perceberam que também era do Brasil... Esta é a vantagem...

Enquanto isso, a viagem latina me deu outros pontos de vista. Teve quem pensasse que eu fosse japonesa mesmo (faz sentido) ou americana (até faz sentido, mas me parece que não há tantos descendentes lá!). E aí, vieram na sequência as mesmas respostas de que meus bisavós imigraram para o Brasil, que aqui existe a maior comunidade nipo-brasileira fora do Japão e teve o projeto de imigração japonesa e italiana para cá.

Não sei se eu ou as outras pessoas que ficavam mais surpresos. Chegava a ser engraçado pensar nisso.

Fiquei meio camuflada por trás dos meus olhos amendoados para evitar brasileiros e, consequentemente, falar Português. Estava viajando para praticar Espanhol!

Algo que me incomodava era o fato de falarem em outra língua que não o Espanhol. Na Europa e no Chile, começavam a falar em Inglês. Na Argentina, saía um Espanguês... E sempre estava eu a hablar! Que coisa, deixem que eu pratique!

Sou brasileira, mas sou internacional! ;)



Outros posts

Brasileira! - Parte II
Brasileira!


sábado, 2 de março de 2013

Hajimemashite

"Hajimemashite", em japonês, significa "muito prazer". Aproveito o início das aulas da língua japonesa para dividir aqui o que já aprendi. Fiquei tão animada que realmente achei que valeria um post. Estou mesmo emocionada! E continuarei seguindo os passos de Guimarães Rosa!
 
Vou me apresentar em japonês!
 
Hajimemashite.
Tatiana desu.
Watashi wa burajirujin desu.
Dozo yoroshiku
onegai shimasu.
 
Em português seria mais ou menos assim:
 
Prazer em conhecê-lo.
Sou a Tatiana.
Sou brasileira.
É um prazer conhecê-lo.
 
Estou me divertindo demais nas aulas, chego a ficar rindo sozinha!
E quem diria que iria gostar tanto de estudar a língua materna dos meus bisavós!


 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Eu e a cultura pop japonesa

No fim do ano passado, me propus a fazer uma imersão na cultura japonesa, inclusive pesquisar sobre minhas origens. A jornada tem sido fantástica e - a cada nova descoberta - me surpreendo cada vez mais. As novidades se encaixam com os conhecimentos que já tinha e tudo faz mais sentido.

Antes disso, cheguei a ler mangás (quadrinhos japoneses), assistir a alguns doramas ("dramas", isto é, novelas japonesas) - que me mostraram um pouco do comportamento japonês -, animações lançadas no cinema (Toonari no Totoro, super fofo; e Ponyo, que estimula a imaginação de adultos também) e animes (leia-se "animês"), como "Full Metal Panic! Fumoffu" (muuuuiiito engraçado) e "City Hunter", meu atual vício.

A ideia toda de "City Hunter" é muito interessante. Apesar da característica marcante do protagonista, Ryo Saeba, um detetive particular de Tokyo que sempre busca ser contratado por mulheres, as trapalhadas rendem séries de risadas. Mas este anime não é feito só de comédia, tem momentos de drama (em que Ryo mostra que tem um bom coração) e ação, quando as habilidades do sweeper sempre se mostram superiores às dos inimigos.

A melhor parte, para mim, é que a cultura tradicional (alimentação e literatura, por exemplo) é inserida no contexto de forma natural, o que me parece incrível e me fascina.

Em um dos episódios, com que me emocionei pela linda história de um casal que teve se separar, foi citado um poema escrito pelo ex-imperador Sutoku (1119-1164), que faz parte da antologia poética Hyakunin Isshu e da coletânea de poesia tradicional Shika Wakashu (229).

瀬をはやみ岩にせかるる滝川の
われても末に 逢わむとぞ思ふ

"Se o hayami
Iwa ni sekaruru
Takigawa no
Waretemo sue ni
Awan to zo omou"

"The rushing rapids are divided by a rock
But further down the waterfall
I know the river will unite again"

Confesso que quando era adolescente, não tinha muito interesse na cultura japonesa. Na faculdade, como trabalhei diretamente com o assunto - aos poucos - passei a ter mais contato e aprender mais. Tenho quebrado barreiras e minha opinião é bastante diferente hoje. Até renderia um livro com o título: "Eu e a cultura pop japonesa - um grande aprendizado".


sábado, 12 de janeiro de 2013

Ensinando a pescar...

"Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida."

Lao-Tsé


Uma mensagem parecida com estas as palavras ouvi de uma amiga no ano passado. Acho que me era familiar, mas - da mesma forma - achei fantástico. Ela falava sobre trabalho voluntário, um gesto muito bonito que ainda é parte dos meus planos.

A frase veio à tona meio que repentinamente. Desde quando comecei a fazer revisão de textos, minha ideia sempre foi riscar o erro e, ao lado, colocar a correção. Como diziam alguns professores, era a melhor forma de lembrar o que estava incorreto e memorizar a forma certa.

É o que tenho feito... Porém, é comum ver repetição de erros e, você - no papel de revisor - tem de corrigir quantas vezes for necessário. O que percebi é que você pode simplificar o processo, apagando a incorreção e já deixar a forma correta no lugar. É prático, mas - em termos didáticos - não há validade alguma.

À primeira vista, pode ser que eu seja uma pessoa muito rígida, que se atém aos detalhes. Rígida até sou um pouco, é verdade. Apesar disso, afirmo com toda a sinceridade que tenho as melhores intenções e penso de fato em ajudar, ensinar e tornar o outro "independente". E, quando percebo que a pessoa entendeu e aprendeu uma determinada regra ou expressão, fico feliz em dobro, por ela e por mim.

A conclusão disso tudo é que faço minha parte, já que tenho um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa - com a devida humildade, claro. Às vezes, sofro um tanto, pois - automaticamente - muitos textos, fora do contexto de trabalho, começo a ler já com olhos de revisora, o que não é bom também.

E aí, dá uma dor no coração de saber que muitas pessoas não sabem escrever direito, seja por problema de grafia ou por falta de coesão (mas não vamos discutir essa questão agora).

No fim, descobri que ensinar pode ser mais gratificante e fantástico que parecia. Pois é, uma visita a uma amiga com filho pequeno me despertou isso. É incrível pensar que você tem esta habilidade de fazer alguém descobrir algo novo ou aprender o que antes era do mundo do desconhecido. Essa amiga até me perguntou se nunca tinha pensado em ser professora... agora, pelo menos, já tenho vontade e acho até que tenho jeito para isso. Quem sabe não terei o poder de transformar uma sociedade?