segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Clima de fim de ano

Imagem: Divulgação
Eis que damos as boas-vindas ao último mês do ano. Olá, dezembro! Período tradicionalmente de férias, recesso coletivo no trabalho, confraternizações, comemorações... e alegria.

Um tempo para relaxar, aproveitar, viajar. Após meses e meses, os estudantes têm suas desejadas férias. Eles dão também uma folga para os professores, pilhas de xerox, livros...

Já no ambiente de trabalho, os "batalhadores" - em geral - pedem por um tempo para respirar e esperam-no com ansiedade. Durante as Festas, desfrutam do chamado "recesso coletivo" ou "férias coletivas" (termo menos apropriado que o anterior).

Mas, antes disso, essas mesmas pessoas reúnem-se na confraternização corporativa com seus co-workers. É hora de comemorar o fim de ano, os resultados, socializar. "Festejar com moderação".

Confraternização entre amigos é promover um encontro ou uma reunião. Num restaurante ou bar, na casa de alguém, com direito a churrasco... Vale lembrar que a época torna-se um grande motivo ou pretexto para reencontrar amigos demasiadamente ocupados durante os 11 meses passados. Ou apenas mais outra razão para revê-los.

No fim, todos esses seres humanos têm uma emoção em comum. A alegria. Não se deve só ao descanso almejado ou a benefícios financeiros, mas também pela expectativa criada para o próximo ano. A esperança prevalece. É bom ter pensamentos positivos (sempre).

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Por que sentimos medo?

Foto: Divulgação
Você já parou para se perguntar por que se tem medo de escuro, de uma pessoa brava, de arriscar... e de medo de ter medo? E não são só as crianças que têm esse sentimento.

Quando viramos gente, passamos pelo estágio inicial do medo: o de ficar no escuro. Nossa mente cria vida a monstros debaixo da cama ou dentro do armário. Ou mesmo em qualquer lugar do quarto ou da imaginação. Medo primitivo.

Cada um tem sua bagagem de vivências e uma dose de falta de, digamos, "coragem". Posso dizer que parte deste medo resulta da ausência de experiência. Alguém poderá hesitar em começar ou fazer algo com que não tem familiaridade. Sem conhecimento, existem diversos obstáculos, além da possibilidade de as coisas darem errado e, no fim, o objetivo não ser alcançado.

É verdade que "quem não arrisca não petisca"? Você se arrisca e aposta uma corrida? Aposta uma caixa de cerveja por conta do resultado do jogo de futebol? Aposta na loteria? Aposta na sorte, na fé ou na esperança? E apostar na boa vontade ou solidariedade do próximo, você se arrisca? Apelar para os extremos é arriscado (desculpe o trocadilho!). Não arriscar pode significar perder oportunidades. Arriscar sempre é querer se aventurar.

Quem tem medo de sentir medo provavelmente é ansioso. Mal espera o medo chegar e já fica nervoso. Ou é orgulhoso, não quer demonstrar uma "fraqueza". Não queremos parecer despreparados para a vida. Não queremos nos sentir inferiores. Não queremos nos sentir desconfortáveis. Sentimos medo do desconhecido. O outro lado, o novo.

Uma pessoa rígida, com cara de brava, te dá medo? A resposta: "claro que sim!" Só por ela parecer ser assim? Não deveria ser motivo suficiente. O que descobri é que muitas vezes imaginamos situações que não vão acontecer e, por isso, acabamos estagnados, não avançamos ou evoluímos.

Atire a primeira pedra quem garante não sentir medo de absolutamente nada. Nadinha. Sentir medo não é bom, saudável, desafiador, legal, confortável, etc. Mas... é comum. Precisamos aprender a aceitar críticas, desaprovações e até insucessos. C'est la vie! O medo faz parte da natureza humana - em doses homeopáticas.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tensão e crítica em "Enterrado vivo"

Filme traz à tona temas polêmicos que envolvem os EUA

Imagine ser enterrado vivo e ter apenas 95 minutos para fazer algumas ligações de um celular com bateria fraca e pedir socorro. Este é o desafio de Paul Conroy (Ryan Reynolds), americano pai de família e motorista de caminhão que trabalha no Iraque, na trama de Enterrado vivo.

Do início ao fim, o diretor espanhol Rodrigo Cortés mantém um clima de muita tensão. Conroy se desespera, faz questionamentos sobre sua situação e suplica por ajuda. Junto com ele, sente-se revolta intercalada com esperanças.

O filme é uma boa crítica aos Estados Unidos. São feitas referências ao episódio de 11 de setembro, terrorismo e à invasão americana ao Iraque, em que centenas e até milhares de pessoas inocentes foram e são vítimas.

Enterrado vivo estreia nos cinemas brasileiros em 10 de dezembro.

Texto originalmente publicado no Blog Alpha Lazer



- Assista ao trailer

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

“Em um mundo melhor” questiona sociedade atual

Produção dinamarquesa participa da 34ª Mostra de Cinema de São Paulo

Em um mundo melhor apresenta realidades contrastantes vistas por Anton (Mikael Persbrandt), médico que divide sua vida entre o trabalho num acampamento africano de refugiados e sua casa na Dinamarca. Assim, ele e sua família enfrentam conflitos que os levam a escolher entre vingança ou perdão.

A trama enfoca a problemática da violência física e moral. Anton atende grávidas vítimas de agressões e seu filho Elias sofre bullying na escola. O amigo Christian o defende, mas com sentimento de vingança e ingenuidade de criança não pensa nas consequências.

Após testemunhar brigas e arrependimentos, nos resta refletir se a sociedade atual deve ser considerada um modelo ou mesmo “civilizada”, apesar de toda a violência e intolerância existentes, e se uma só pessoa poderá fazer a diferença para um mundo melhor.

Dirigido pela dinamarquesa Susanne Bier, este é o quarto filme da diretora lançado no Brasil e o terceiro exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A 34ª edição será de 22 de outubro a 4 de novembro de 2010.

Texto originalmente publicado no site do Jornal BLEH!



sábado, 9 de outubro de 2010

Um dia de... recepcionista de eventos

Vou começar a partir desta postagem uma série que se chama "Um dia de..." para contar minhas experiências de trabalho fora da minha área, Jornalismo. Na realidade, não deixa de ser jornalístico, sentir na pele como é.

Fazia um tempo que tinha curiosidade de saber como era ser uma recepcionista de eventos. Trabalhar um determinado período em lugares diferentes, tendo que lidar com o público.

O trabalho em si é simples. Passar informações e tirar dúvidas sobre o evento. Mas sempre tem um que vai te testar e pergunta uma coisa que você não sabe responder. Aí, você se vê obrigada a perguntar para outra pessoa ou encaminhar para outro lugar. Um grande  porém é ter de ficar de pé o dia inteiro, cerca de 10h por dia.

Sim, há homens também, apesar de a maioria ser de mulheres. Aliás, são muitas mulheres! Existem algumas que se formaram ou são da área, outras fazem faculdade que não tem relação com eventos e aquelas que têm diploma de outros cursos.

Acontece de aparecerem mal humorados, mal educados ou afobados. Outras têm certo preconceito, pensam que pelo fato de ser recepcionista, a pessoa não tem conhecimento ou não é capaz de fazer algo. Com elas, é preciso ter paciência.

Por outro lado, existem pessoas  que são simpáticas, gratas, sorriem, fazem uma brincadeira com você e algumas até conversam. As mulheres correm risco de ser abordadas por senhores mais velhos ou chamadas de "senhora", o que - para mim - é muito estranho!

Para alguém que lida com pessoas, ser cordial e paciente é importante. É preciso saber trabalhar em equipe: saber pedir, mas também saber ceder. Além disso, o visitante/cliente que é recebido com simpatia vai embora mais feliz, com certeza. A sensação de ver o outro satisfeito e se sentir útil é o que vale a pena. Penso da seguinte forma: se estou lá para trabalhar, que o trabalho seja bem feito!

Minha conclusão é que qualquer experiência é válida. Sempre é possível aprender algo com ela. E se você quer realizar seus sonhos e desejos, tem de lutar para concretizá-los, pois o esforço valerá a pena no final.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Por que dizemos coisas sem pensar?

É verdade que a pergunta parece ampla demais ou talvez dramática. Parei para pensar nisso e decidi postar no blog. Já aviso que esta reflexão não originou de uma briga ou um caso grave. Apenas parei para pensar.

Uma resposta razoável é sermos influenciados por emoções e sentimentos, como - principalmente - a raiva. Falamos coisas sem pensar e depois nos arrependemos. Uma ofensa ou qualquer besteira. Por exemplo, quando percebo que algo que falei não foi legal, me preocupo com a imagem que os outros terão de mim.

Por outro lado, algumas vezes, se pensamos demais não falamos. Pensamos duas vezes e consideramos melhor não dizer nada.

Mas isso não quer dizer que só dizemos coisas sem pensar ou que se pensamos muito não dizemos nada.

É engraçado, mas - ao mesmo tempo - desconfortável. É claro que você quer evitar causar má impressão para as pessoas. Apesar disso, é "normal", as pessoas dizem coisas sem pensar por vários fatores. Como dito, influenciadas por emoções e sentimentos ou cansaço ou estresse, sem se esquecer da conhecida e infernal TPM. Outras vezes, você tenta dar um motivo, mas simplesmente conclui: "não sei".

No fim, vejo que, sim, é normal. Nós, seres humanos, erramos, falamos sem pensar, nos arrependemos, etc, etc. Talvez eu esteja colocando muitos pontos de interrogação e porquês em coisas simples da vida. Aliás, se fosse procurar as respostas de todas as minhas indagações, teria de me guiar por uma lista imensa.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O terminal

"Píííí!", parada solicitada. Eis o primeiro destino.

Filas. Espera. 
Casais, senhoras, jovens.
Ansiedade, irritação, impaciência.

Trabalhadores, usuários, desumanizados.
Muitos passam por lá todos os dias, no início e no fim do dia.

Ambiente nada acolhedor. São escuros o teto e os espaços onde se sentar. Diversas luzes - fracas.

Placas com números e letras. Letras e números que são nomes de ônibus. Esses nos levam, estressam, transportam.

E chegamos a nosso destino. Com trânsito, chuva, "emoção" (da montanha-russa em que se sente) e tantos desconhecidos que nos acompanham que nem é possível se mover.

Mas... aonde vamos? A outra parada? Outro bairro? Outro universo?
Ou, de fato, a nosso destino?
O terminal.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ganhar, perder e viver o jogo da vida

Nunca passou por minha cabeça o fato de que um jogo poderia me fazer parar para refletir. Acreditem, não conhecia o Jogo da Vida até a semana passada e fui surpreendida.

Para mim, basicamente, o jogo simula a vida real com características idênticas e outras, digamos, "aprimoradas". Percebi que algumas situações eram, de fato, iguais à realidade, como você ir para a faculdade e ter filhos. Já outras foram adaptadas: o salário dos profissionais é bem maior - proporcionalmente - e existe a opção de uma aposentadoria rica.

O que me decepcionou foi o objetivo, ser o jogador mais rico para receber o título de vencedor. Todo jogo tem de ter um critério para selecionar o ganhador, mas o dinheiro acumulado é o parâmetro mais adequado?

Talvez eu não devesse levar uma brincadeira tão a sério. Mas duas rodadas bastaram para me levarem a refletir sobre a vida e a relação com o dinheiro.

Na primeira rodada, tive gêmeos. Porém, na segunda, não tive filhos. Fiquei desapontada de duas formas diferentes. Na vida real, porque constituir uma família é parte da vida (portanto, algo importante e que deve trazer felicidade) e, no jogo, porque não ganhei presente de aposentadoria que seria dado por cada um dos filhos.

Ingenuidade minha. Pois, resumindo, o jogo gira em torno do dinheiro, já que o vencedor é aquele que tiver maior riqueza. Nesta uma hora de brincadeira, você quer a profissão que tem o salário mais alto, evitar gastos imprevistos, ganhar bônus e, claro, ter uma  aposentadoria milionária.

Ok, na vida real acaba sendo assim mesmo. Vivemos o capitalismo e parece que o grande vencedor é sempre o dono de uma "senhora" conta bancária. Mas nada é tão simples e acredito que a vida não se resume a posses.

Viver não é só trabalhar para sobreviver, é muito mais. Viver é aproveitar o tempo com as pessoas queridas e fazer com que saibam que são importantes para você. Viver é fazer o que se gosta e o que se deve fazer. Viver é a oportunidade para ensinar, aprender e provocar mudanças nas pessoas, na sociedade e até no mundo.

De qualquer modo, cabe a cada um avaliar e descobrir se está a caminho de ganhar ou não o jogo da vida.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Saudades, Saramago

"É bem certo que o difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las."

José Saramago


Na manhã do dia 18 de junho, jornais e sites de todo o Brasil noticiaram o adeus do escritor português José Saramago, que tinha 87 anos e sofria de leucemia crônica.

Saramago nasceu em 1922, em Azinhaga, Portugal. Concluiu apenas o ensino secundário e seu primeiro emprego foi de serralheiro mecânico, porém, trabalhou durante sua vida como desenhista, funcionário público, tradutor, editor e jornalista. Em 1998, foi o primeiro autor a vencer o Prêmio Nobel de Literatura.


Terra do Pecado
, s
eu primeiro romance, foi publicado em 1947. Entre suas obras de destaque estão O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), Ensaio sobre a Cegueira (1995), O Homem Duplicado (2002) e As Intermitências da Morte (2005).


Informações: Comunique-se e Rolling Stone



"[...] talvez se tratasse de um sonho enganador, um sonho de que teria de acordar mais cedo ou mais tarde, sem saber, nesse momento, que realidade estaria à sua espera."

José Saramago (1922-2010)

Trechos extraídos do livro Ensaio sobre a Cegueira


 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Senhora, senhorita, você

Começo com uma pergunta, como você - mulher, no caso- é tratada: por senhora, senhorita ou você?

Por incrível que pareça, fui chamada das três formas diferentes em situações até que semelhantes.

Ouço com frequencia "senhora" por telefone e, algumas vezes, até mesmo pessoalmente. Mesmo que muitas pessoas tenham comentado que tenho cara de "novinha", idade de universitária. E, claro, ficam impressionadas quando digo minha idade.

O que me vem à cabeça é o fato de que essas pessoas são treinadas para falar assim e parece que você está conversando com uma espécie de máquina. Isto significa que nem mesmo elas se dão conta de que soam artificiais.

Para mim, isso não é uma conversa, não tem interação, argumentação, comunicação.

Já ouvi também "senhorita" de uma ou outra pessoa, palavra que caiu em desuso, mas que seria adequada por seu significado para uma "moça". Em geral, usa-se num tom de brincadeira por amigos que há tempos não têm notícias suas, por exemplo.

O popular "você" deve ser usado em ocasiões informais. Quando um vendedor trata uma pessoa mais velha de "você" soa muito estranho, porque - para mim - o normal seria "senhor" ou "senhora". Porém constitui um paradoxo: ao mesmo tempo em que o cliente quer ser tratado com respeito e, às vezes, com certo distanciamento, quer também se sentir mais próximo de quem fala com ele e menos "velho" ou algo como "ultrapassado".

E qual a minha conclusão? Bom, parece que não existem aqueles parâmetros de "certo ou errado", "bom ou ruim". O mais sensato é (ou deveria ser) se adequar de acordo com a situação, levando-se em conta o que a outra pessoa pensa.


P.S.: sei que devo poesias! Em breve, post sobre um autor específico!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Reciclar é preciso

Na Semana do Meio Ambiente, gostaria de comentar uma reportagem que li na Folha.com sobre coleta seletiva de lixo em São Paulo.

Segundo o texto, as 17 cooperativas conveniadas com a prefeitura não estão sendo capazes de absorver todo o material recolhido por falta de espaço para armazenamento. Assim, os recicláveis acabam misturados ao lixo comum.

Confesso que fiquei desiludida com a coleta seletiva e senti uma certa revolta em relação à atitude das pessoas em permitir que o material separado seja depositado juntamente com o lixo comum. É falta de respeito com aqueles que têm a consciência de ajudar o meio ambiente e separam o lixo em casa. Além disso, não é em todos os bairros que se tem a coleta, é necessário transportar - por conta própria - para um local que participe dela.

Aliás, o curioso é que as duas empresas responsáveis pela coleta recolhem uma quantidade de material reciclável por dia maior que a de lixo comum. São 120 mil toneladas do primeiro contra apenas 9 mil do segundo.

Por um lado, fico satisfeita em saber que os recicláveis estão sendo separados para ser destinados às cooperativas. Esta é uma das pequenas grandes ações que cada um pode fazer para contribuir. Se muitas pessoas fizerem um pouco, juntos, teremos uma mudança razoável.

Mas pergunta que fica é a seguinte: será que não há alternativas para aumentar o processamento de papel, plástico, vidro e alumínio ou será que estamos produzindo lixo em excesso, mesmo podendo ser reaproveitado?

Talvez fosse o caso de mais cooperativas estabelecerem parceria com a prefeitura. Se elas não existem, devem ser criadas, o que geraria postos de trabalho. Ou, então, nós -  produtores de lixo quase 24 horas ao dia - devemos diminuir o volume de descarte de materiais. Podemos substituir o consumo de produtos embalados individualmente por aqueles em quantidades maiores ou optar por alimentos orgânicos, como frutas.

De qualquer modo, tenho certeza de que reciclar é importante, já que significa reaproveitar e renovar.

RECICLAR É PRECISO!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Música, a poesia para os ouvidos

Já ouvi muito pop. Já fui fã das famosas boy bands.

Na faculdade, assumi que alimentava a chamada "indústria cultural", a indústria da cultura em série, da cultura para consumo, a cultura banalizada e vista como produto.

Ao mesmo tempo, já gostava de ouvir rock. E comecei a gostar mais. Sempre ouvi bandas que cantam em inglês.

Agora, ouço mais "baladinhas" e outras músicas mais tranquilas. Trilha sonora de seriados, músicas antigas e música clássica, hoje, são as minhas preferidas.

Música como arte

Algumas letras são como poesias. Outras são declarações de amor. De fato, outras não significam muito.

A música é meu ópio. Meus ouvidos pedem que a mesma música seja tocada várias vezes seguidas. Até cansar. Até enjoar. Até me saciar.

A música é emoção, vida, arte. Tem começo, meio e fim. Faz lembrar, chorar, sorrir. Está gravada, na mente, no coração.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

De véu e grinalda

Tenho duas amigas que namoram há 7 anos. Uma mora junto com o "agregado" há uns 3 anos. A outra comprou apartamento e está planejando se casar em breve. Tenho também outra amiga que pensa em morar junto com o namorado logo, logo. E outra que mudou de cidade - e de vida - tendo um filho.

Falando sinceramente, acho que estou ficando "velha". Se minhas amigas estão chegando a essa fase - adulta - quer dizer que também estou, digamos, "amadurecendo". Outra vez, parecia um tempo distante, mas - enfim - estou vivendo tudo isso. Confesso que acho estranho a ponto de mal acreditar.

Lembro que quando era criança existia uma brincadeira em que pensávamos a idade com que casaríamos, nomes de três possíveis pretendentes e três possíveis cidades para a lua-de-mel, além de se ter a sorte de saber o número de filhos e a riqueza (de rica a trilionária).

Pois é. A realidade de pessoas na faixa de 20 e tantos anos, para mim, era uma brincadeira. Hoje já penso nestes "detalhes", pois devo fazer planos para os próximos anos. Fico até um pouco assustada em pensar que essas realizações são mais iminentes do que poderia imaginar.

Só agora me dei conta de que já pequena pensava em casamento. O vestido perfeito, véu, grinalda, buquê, igreja, marido, casa, filhos, trabalho. O tradicional.

Mas tudo parece tão rápido! A faculdade ficou um ano e meio atrás, a experiência de trabalho ainda está no início, minha idade ainda pode ser considerada da faixa etária jovem... precipitação ou normalidade?

O melhor que se tem a fazer é desejar e (tentar) planejar. Muitas vezes o que projetamos para o futuro não se concretiza, mas devemos fazer acontecer. E, se não der certo, fiquemos - nós, mulheres ansiosas - tranquilas, pois com certeza chegará a hora de estar de véu e grinalda.

domingo, 25 de abril de 2010

Pais, filhos e o tempo

Você me diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais

Legião Urbana


Na correria do dia a dia, falta tempo para tudo. Principalmente para os paulistanos. Pode ser mera desculpa ou um motivo de verdade.

Pais trabalham muito, filhos estudam e saem muito. Além disso, a mãe geralmente tem as responsabilidades domésticas, o pai tem outros compromissos, enquanto os jovens têm de estudar e socializar.

Nessa relação, os pais têm o que chamamos "voz da experiência" e, do outro lado, os filhos têm novas ideias, novos conhecimentos e, claro, nova linguagem. Tenho certeza de que não sou a única que acha engraçado ouvir os pais falando gírias da época deles. Algumas vezes, é engraçado também quando eles tentam usar expressões atuais.

É curioso como mudamos nossa visão sobre eles. Quando crianças, os admiramos, às vezes, chegamos até a imaginá-los como "super". Depois, nos tornamos adolescentes e passamos a ser críticos com eles. Finalmente, quando atingimos a fase adulta, começamos a tentar entendê-los - fazemos parte do mundo deles, temos responsabilidades e problemas semelhantes. Por isso, voltamos a pensar que são "super" ou até mais que isso.

Certa vez, numa de minhas observações das pessoas espalhadas pelas ruas de São Paulo, um fato me chamou a atenção. Um dia de semana, horário de almoço, uma colegial despedia-se do pai. Com um beijo na bochecha. Uma cena rara. Ao menos nos dias de hoje.

Minha impressão é que pais e filhos estão cada vez mais distantes. Mas eu, por exemplo, quando posso, tento passar o dia, almoçar e conversar com meus pais. Tenho boas memórias de almoços em família. Eram conversas e risadas quase infinitas, algumas por causa de episódios meio malucos de viagens que fizemos.

Por esse motivo e por ter percebido que depois já pode ser tarde, sei o quanto esses momentos são preciosos. Não significa que não se deve ter liberdade para estar e sair com outras pessoas queridas. Porém é importante aproveitar um momento com a família, um almoço ou um jantar, e que estas horas se tornem lembranças - e um ensinamento - para futuros pais.


"Pais e filhos", Legião Urbana




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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Crianças...

Mais uma vez venho falar de crianças. Desta vez, não é tanto para recordar a infância ou dizer que temos uma criança dentro de nós, e sim para comentar sobre como essas pessoinhas podem nos surpreender.

Uma vez, estava no banheiro de um shopping e testemunhei um fato curioso. Um menino lavava as mãos e sua mãe usava a pia ao lado. Ela terminou e foi enxugar as mãos. Puxou o papel e só saíram pedaços. Puxava, puxava e as mãos continuavam molhadas.

O menino viu a mãe lutando para pegar papel. "Mãe, não é assim. Tem que apertar aqui" e apontou para uma barra que faz o rolo girar e o papel sair. A mãe insistiu em continuar a fazer à sua maneira, mesmo sem sucesso. O filho já um pouco aflito repetiu: "mãe, não é assim!". Ela respondeu, impaciente, que não dava. E ele, um "pequeno gênio", arrematou: "como você pode falar se nem tentou?"

Acredito que a mulher tenha ficado um pouco sem graça. Mas uma coisa é incontestável: os adultos também podem aprender com as crianças - que, aliás, estão cada vez mais espertas. Fiquei impressionada.

Quando duas crianças se juntam, já até se imagina o que pode acontecer. E, quando são meninos, o que vem é, na certa, molecagem.

Acho que eram dois irmãos que estavam com os pais. O pai olhava um celular no balcão da loja, enquanto a mãe o tempo todo observava os filhos, dizendo coisas do tipo: "para com isso", "vem para cá". Detalhe: os meninos corriam para lá e para cá.

Um deles, então, decidiu levantar a camiseta do pai e colocou a cabeça dentro do espaço aberto na roupa. O outro animou-se logo e juntou-se ao primeiro. Levantou ainda mais a camiseta, a ponto de quase de descobrir por completo a barriga arredondada do pai.

Quando os dois já estavam com a cabeça dentro da roupa, o pai - enfim - irritou-se e pediu para que parassem. Ambos deram risada, claro. Cochicharam e riram.

Percebi um sorriso singelo, porém, contagiante que se abriu no rosto do pequeno japonesinho. Era um sorriso puro, ingênuo. Um sorriso de criança. Surpreendida, senti sua alegria apenas de olhar.


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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tenho saudades...

Saudade

Saudade
de uma pessoa querida que já se foi
dos amigos separados pela distância
do meu amor que não pode estar aqui neste momento
daquele amigo que se distanciou

Saudade
dos quatro anos de faculdade
dos estudos e dias intensos no cursinho
da época de colégio
dos amigos de infância que seguiram seus próprios caminhos

Saudade
de brincar no parquinho
de viajar com a família
de conversar mais ao telefone
de escrever e ler sempre
de não sentir saudade

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A simplicidade e a beleza dos poemas de Manuel Bandeira

Repentinamente, out of the blue, tive vontade de postar aqui uns poeminhas. Já fazia um tempo que tinha descoberto um lindo que ouvi no filme Pode crer! e outro que conheci na época do cursinho.

Manuel Bandeira (1886-1968), formado arquiteto pela Escola Politécnica de São Paulo, foi um poeta de grande expressão, que participou da Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, em São Paulo.

Foi colaborador de jornais e revistas, e fez traduções de romances. Bandeira é autor de Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936), entre outros.

Vejam dois poemas lindos de Manuel Bandeira! Versos simples, mas dotados de sensibilidade e beleza.


Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.

Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.

Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.

(Estrela da Manhã)


O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.



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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Uns cem graminhas

Um dia, quando eu já era gente - não lembro minha idade - estava passeando por um daqueles mercadinhos de guloseimas, maravilhada como qualquer criança. Quis levar algumas balas e era preciso pesá-las na balança.


Cheguei perto do balcão e perguntei quanto pesava, imaginando que a atendente fosse colocar as balas na balança. Mas não. E a resposta foi rápida: "uns cem graminhas". Fiquei, então, impressionada com a forte intuição da moça e saí feliz com meus cem gramas de balinhas.


Só para fazer um parêntesis... Hoje, relembro desta história e fico feliz em saber que a tal da moça falou da forma correta. "Grama", quando se trata de medida de peso, é masculino.


Para quem não está habituado a pesar coisas, dizer gramas é vago. Ou até mesmo meio quilo. Como precisar um quilo para depois explicar o quanto vale a metade?


Vamos a um exemplo real. Trezentos gramas de comida é pouco, o suficiente ou muito? Para mim é o suficiente, mas - na realidade - depende. E emagrecer trezentos gramas é pouco, suficiente ou bom? Também depende. Mas a questão é: qual é a quantidade? Mesmo com analogias continua sendo uma medida vaga. Neste caso, talvez o termo "emagrecer" não seja o mais adequado. Poderia-se dizer "estar com trezentos gramas a menos" ou "estar trezentos gramas mais magro".


Ouvi do médico: "você emagreceu trezentos gramas". Na hora, não sabia o que pensar. Se era bom ou regular. O quanto o corpo "desincha". De onde a gordura some. Tive vontade de perguntar tudo o que me veio à cabeça. Saí do consultório intrigada.


Naquela época das balinhas, não sabia o quanto era cem gramas, mas fiquei feliz. Hoje, "emagreci" trezentos e fiquei perdida. Como resolver? Comparar a três vezes o peso do saquinho de balas? Imaginar que é menos de meio quilo? Pensar que equivale a um prato de comida? Soa estranho em qualquer uma das situações...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Divirta-se com pouco

Vamos começar o ano com dicas culturais. É possível, sim, assistir a peças de teatro e visitar exposições de qualidade gratuitamente em São Paulo.

Não tenho pretensão de fazer um roteiro cultural da cidade ou um ranking dos melhores. Apenas trago sugestões a partir de experiências próprias e comentários lidos.

Fique, então, com algumas dicas! E programe-se!


Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
*Programação de saraus, palestras, cursos e exposições sobre poesia e arte em geral
Avenida Paulista, 37 - Bela Vista - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3285-6986 / 3288-9447
De terça a sexta, das 10h às 22h
Sábado e domingo, das 10h às 18h
www.casadasrosas-sp.org.br 

SESC - Serviço Social do Comércio
*Programação de exposições e oficinas, além de atividades direcionadas a idosos
Vários endereços.
www.sescsp.org.br 

SESI - Serviço Social da Indústria
*Programação de exposições, teatro, shows e oficinas
Centro Cultural Fiesp - Ruth Cardoso
Avenida Paulista, 1.313 - Cerqueira César - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3146-7405/06
Centro Cultural SESI Vila Leopoldina
Rua Carlos Weber, 835 - Vila Leopoldina - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3832-1066
www.sesisp.org.br

MUSEUS
Masp - Museu de Arte de São Paulo
*Acervo permanente e exposições temporárias
Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3251-5644
Grátis às terças-feiras
Terça, das 11h às 18h
www.masp.art.br

Pinacoteca do Estado - Museu de São Paulo de Arte Contemporânea
*Acervo permanente e exposições temporárias
Praça da Luz, 2 - Luz - São Paulo - SP
Grátis aos sábados
Sábado, das 10h às 17h30
Telefone: (11) 3324-1000 
www.pinacoteca.org.br 

Museu da Língua Portuguesa
*Projeção de filmes e imagens, recursos de áudio e interativos, e jogos relacionados à língua portuguesa, além de exposições temporárias e cursos
Praça da Luz, s/nº - Centro - São Paulo - SP
Grátis aos sábados
 Sábado, das 10h às 17h
Telefone: (11) 3326-0775
www.museudalinguaportuguesa.org.br

Memorial do Imigrante
*Acervo permanente e exposições temporárias
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 - Mooca - São Paulo - SP
Grátis no último sábado do mês
Sábado, das 10h às 17h
Telefone: (11) 2692-1866
www.memorialdoimigrante.org.br

Museu Paulista da USP
*Acervo permanente e exposições temporárias
Parque da Independência, s/nº - Ipiranga - São Paulo - SP
Grátis no primeiro e terceiro domingo do mês
Domingo, das 9h às 16h45
Telefone: (11) 2065-8000
www.mp.usp.br