domingo, 27 de maio de 2012

E viveram felizes para sempre...

É assim que terminam contos de fada, a mocinha/princesa encontra seu príncipe encantado e se casa com ele, garantindo um futuro feliz. No mundo real, não é exatamente isso que acontece, pois para se chegar até aí existe um longo e tortuoso caminho. E não falo apenas sobre casamento, mas sobre a vida "de gente grande" também.

Parei para pensar sobre a vida adulta que tenho pela frente por causa do mês de maio, o Mês das Noivas. Tudo começou com o assunto "casar". Por conta da data, somos bombardeados com notícias e informações diversas relacionadas ao tema - que são publicados já no final de abril.

Dividir a vida - a casa, as contas e o estresse - com outra pessoa faz parte dos meus planos. Até há pouco tempo, meu sonho era consolidar a união na igreja, de véu, grinalda e todo o resto. Mas como as ideias têm mudado muito, pode ser que não chegue a ser levada ao altar, talvez apenas escolha morar junto, por exemplo. Não sei, parece que cada vez mais fica mais complicado fazer planos para médio e longo prazo.

Outro ponto importante, principalmente para o currículo, é cursar pós-graduação. Muitos recém-formados já emendam a pós e deixam veteranos para trás. A questão é que - por se tratar de um grande investimento - deve ser bem avaliado e escolhido.

Crescer também significa se tornar mais independente e adquirir bens materiais, como um carro e/ou um apartamento. O carro, imagino, me dará (certa) liberdade e conforto para algumas situações, como sair à noite e de fim de semana. Já um imóvel, se não for para realizar "o sonho da casa própria", é um ótimo negócio de qualquer forma.

Falando nisso, a ideia de morar sozinha, "sair de casa", também me veio à cabeça. Talvez mais por questões de convivência. Porém, esta é uma experiência interessante, pois você aprende "a se virar".

Além de estabelecer as prioridades, não se pode esquecer dos sonhos. De viajar pelo mundo, publicar um livro, estudar todos os idiomas que desejo conhecer... E a primeira coisa a se fazer é controlar a ansiedade, respirar fundo, pensar, repensar, consultar outras pessoas, planejar e ir em frente.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Laços de família - Parte 2

Como já havia comentado em um post anterior, minha família - tanto por parte de pai quanto de mãe - não tem promovido reuniões com parentes há muito tempo, desde que eu era criança. Imaginava que, como no meu caso, era quase regra entre os outros, porém, parecem existir muitas famílias que se encontram e ainda mantêm contato.

No último domingo, tive a certeza de que as reuniões entre parentes é mais comum do que pensava. Cerca de 50 pessoas comemoravam o aniversário da bachan ("avó", em japonês) - muito fofa, aliás - que completava nada menos que 90 anos. As doze ou treze mesas que ocupavam iam de uma ponta do restaurante à outra.

Para mim, foi impossível não observar.
Não só o número de presentes surpreendia: a mestiçagem também impressionava. Poderia-se dizer que metade da família era descendente de japoneses, sem "mistura", enquanto a outra parte era claramente mestiça, com cabelos levemente acastanhados e olhos discretamente amendoados.

Confesso que me emocionei com o evento todo. A quantidade de participantes, a alegria e a autenticidade do amor e carinho com a família, o bolo (lindo!) com uma vela que tinha uma espécie de labareda e a reunião em si. De fato, a celebração merecia juntar todos!

Tudo isto era real, presenciei aquilo. A semelhança com minha história de vida é que essas cenas estão apenas na lembrança, um tanto distante da realidade atual. Percebi que sinto falta deste contato com as pessoas que têm algo em comum comigo, as origens.

Apesar da saudade e do distanciamento, sei que - uma vez cortados os laços - estes não serão refeitos. E, mesmo com uma certa tristeza, por outro lado, fico contente em saber que nem a distância física, os compromissos, as responsabilidades e nem as próprias vidas foram suficientemente fortes para se esquecer deste sentimento e separar algumas famílias.