terça-feira, 1 de maio de 2012

Laços de família - Parte 2

Como já havia comentado em um post anterior, minha família - tanto por parte de pai quanto de mãe - não tem promovido reuniões com parentes há muito tempo, desde que eu era criança. Imaginava que, como no meu caso, era quase regra entre os outros, porém, parecem existir muitas famílias que se encontram e ainda mantêm contato.

No último domingo, tive a certeza de que as reuniões entre parentes é mais comum do que pensava. Cerca de 50 pessoas comemoravam o aniversário da bachan ("avó", em japonês) - muito fofa, aliás - que completava nada menos que 90 anos. As doze ou treze mesas que ocupavam iam de uma ponta do restaurante à outra.

Para mim, foi impossível não observar.
Não só o número de presentes surpreendia: a mestiçagem também impressionava. Poderia-se dizer que metade da família era descendente de japoneses, sem "mistura", enquanto a outra parte era claramente mestiça, com cabelos levemente acastanhados e olhos discretamente amendoados.

Confesso que me emocionei com o evento todo. A quantidade de participantes, a alegria e a autenticidade do amor e carinho com a família, o bolo (lindo!) com uma vela que tinha uma espécie de labareda e a reunião em si. De fato, a celebração merecia juntar todos!

Tudo isto era real, presenciei aquilo. A semelhança com minha história de vida é que essas cenas estão apenas na lembrança, um tanto distante da realidade atual. Percebi que sinto falta deste contato com as pessoas que têm algo em comum comigo, as origens.

Apesar da saudade e do distanciamento, sei que - uma vez cortados os laços - estes não serão refeitos. E, mesmo com uma certa tristeza, por outro lado, fico contente em saber que nem a distância física, os compromissos, as responsabilidades e nem as próprias vidas foram suficientemente fortes para se esquecer deste sentimento e separar algumas famílias.

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