terça-feira, 26 de agosto de 2014

Uma reflexão sobre a vida

Desta vez, resgato um texto que conheci há alguns bons anos e é muito bonito. Talvez seja meu segundo favorito, o primeiro é um de Shakespeare.

"A vida" é de Henfil, Henrique de Souza Filho (1944-1988), que foi jornalista, escritor e cartunista brasileiro. Foi colaborador de diversos grandes jornais, publicou livros, esteve envolvido na política e trabalhou também com cinema, teatro e televisão. Henfil tinha hemofilia (uma doença que se caracteriza pela desordem no mecanismo de coagulação do sangue) e faleceu após contrair o vírus da Aids por conta de uma transfusão de sangue.

Boa leitura!


A vida

Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria. 

Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade. 
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. 
A felicidade é o caminho!
Assim, aproveite todos os momentos que você tem. 
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém. 
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade;
até que você volte para a faculdade;
até que você perca 5 kg;
até que você ganhe 5 kg;
até que seus filhos tenham saído de casa;
até que você se case;
até que você se divorcie;
até sexta à noite;
até segunda de manhã;
até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova;
até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos;
até o próximo verão, outono, inverno;
até que você esteja aposentado;
até que a sua música toque;
até que você tenha terminado seu drink;
até que você esteja sóbrio de novo;
até que você morra;
e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo...

Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O que queria ser quando crescer

Eis que venho reafirmar minha profissão dos sonhos da época de escola. Até uns anos atrás tinha vergonha de falar sobre isso, mas agora não mais.

Tudo isso começou no colégio, quando tinha uns 6 anos e precisei preparar um caderninho de formatura da pré-escola. E neste tal de caderninho eu precisava escrever qual a profissão que queria ter quando crescer. Lembro que cheguei a pensar durante uns dias e tirei uma conclusão, mas que - na verdade - não era exatamente o que queria fazer da vida.

E aí que registrei algo que ficou na memória escolar durante muito tempo, até me formar no colegial. E morrer de vergonha quando me chamaram para subir no palco e relembraram que uma vez disse que queria ser pipoqueira quando crescer. Isso foi motivo de piada durante tempo suficiente para me aborrecer. O que me consolava - em parte - era saber que outros coleguinhas tinham escolhido profissões esdrúxulas, como plantador de batatas.

Por outro lado, depois que passei para o antigo Ensino Fundamental e fui crescendo, tentava me conformar que - pelo menos - não queria ir de acordo com a onda, querer ser o que todo o mundo queria, como bailarina ou jogador de futebol. Até mesmo publicitário.

E hoje, pela primeira vez, quis revelar este desejo de criança, sem receio de ser alvo de brincadeiras ou risadas. Até achei legal ter provocado risos nos outros. Já que é para falar disso, sejam francos. Um deles até confessou que queria ser um super-herói. Como é bonito abrir o coração para as pessoas! (risos) Porém, outras se reservaram o direito de não falar, alegando que não lembravam ou não tinham preferência. Acho mesmo é que estavam com vergonha, assim como eu me sentia há um tempo.

Para não ficar descontextualizado, me expliquei. Argumentei que adorava a famosa pipoca doce vermelha que os moços/tios vendem no carrinho. Quando era criança, guardei na memória uma cena de grande felicidade - sair do parque no fim de tarde no final de semana, depois de pedalar e me exercitar, e ganhar um saquinho daquela pipoca. Era uma doce felicidade.

E assim devo ter escolhido esta profissão que proporcionaria às crianças a mesma alegria que eu tinha quando comia a pipoca doce. E quem sabe um dia meu antigo sonho evolua e eu me torne uma empreendedora?

domingo, 10 de agosto de 2014

Muitos "ados"

Sobre nossa vida atual...

Muitos "ados"


Estamos muitos estressados
Estamos muito atarefados
Estamos muito esgotados


Estamos muito desconectados

Estamos muito mal amados

Estamos muito desconcertados

Estamos muito despreocupados


Estamos muito despolitizados
Estamos muito desinformados

Estamos muito desajeitados
Estamos muito desrespeitados

Estamos muito desletrados
Estamos muito desidiomatizados

Estamos muito desregrados

Muito apegados


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Vento, chuva, tempestade


Vento, chuva, tempestade

O vento bate à minha porta. 
Traz o frio, as nuvens, a chuva.

A chuva bate em minha janela.
Traz a água, a tempestade.

A tempestade chega até mim.
Invade meus pensamentos, meu coração.
Traz a calmaria...