quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Adeus, '09!

O fim de ano tem diversos significados. Não se resume a recesso no trabalho, comer e beber com a família e amigos, troca de presentes, abraços ou votos, e, depois, assistir a alguns minutos de queima de fogos. Como muitos acreditam, este é o momento de avaliar como foi seu ano.

Reunião de família para a ceia de Natal é sagrado, nem contesto. A maioria das pessoas - pelo menos os jovens - reserva a data para passar o Ano Novo com amigos, namorado(a)...

O término do ano é, na realidade, mais que festas. Existe o sentido profundo de ser uma época para refletir sobre o que você fez ou deixou de fazer durante os mais de 300 dias que se passaram.

Tenho a ligeira impressão de que 2009 passou rápido demais. Ao mesmo tempo em que parece que não fiz muita coisa, doze meses é tempo suficiente para muitos acontecimentos.

Abri o ano comemorando a conclusão do curso em Jornalismo e meu TCC. Tirei um tempo para descansar. Trabalhei bastante, aprendi bastante. Ri bastante. Escrevi bastante. Reencontrei amigos, fortaleci amizade com outros e conheci pessoas novas. Ajudei outras pessoas e outras pessoas me ajudaram. Envelheci (um pouco, assim como todos), mas cresci. Mudei. Refleti e critiquei. Acompanhei as mudanças nas relações humanas e no mundo. Me emocionei. Estive perto da minha família. Redescobri minhas raízes. Criei novas expectativas e novos projetos.

Andei pensando e acho que o grande presente que todos recebem é a renovação da esperança com a virada do ano. Vamos, então, dar adeus a 2009, deixando para trás o que não foi bom. Porque desejamos começar 2010 com novas energias e determinação para realizar nossos sonhos.


Gostaria de agradecer a todos os leitores deste blog, uns mais ativos que fizeram comentários e os outros que somente leram. É muito bom ter um incentivo. Em breve, este espaço ganhará um novo visual e quanto a textos, poesias e reflexões, no ano que vem tem mais! 

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Laços de família

O que vou contar a seguir me parece um "problema" atual e presente na vida de muitas pessoas. Familiares distantes e, por isso, desconhecidos...

Já tinha identificado esse problema antes. Uma pessoa ou outra comenta sobre aquelas grandes reuniões de família, aos domingos ou nos finais de ano. São estreitamentos de laços, não só entre primos, tias, avó, mas de amizade e companheirismo.

Se pensarmos bem, hoje é comum apenas falarmos - nós, urbanóides - das pessoas com quem convivemos. Os demais são "umas tias do interior" ou "uns primos de segundo grau". Este é um fato triste e de que poucos se dão conta - e raros são aqueles que tomam a iniciativa de promover esses encontros.

Minhas lembranças me remetem a sítios, festas de aniversário, Natal, viagens, visitas de fim de semana... A brincadeiras e doces. A tias e primos. E me pergunto se as crianças desta nova geração têm este contato, de correr por aí com os primos e, quem sabe, iniciar uma amizade forte com eles.

E é fácil identificar isso, basta surgir um compromisso de família que reúna todos esses familiares espalhados e, digamos, isolados (que não mantêm contato com os demais). Se você ouvir "essa é a..." ou se não ouvir nada também, significa que essas pessoas não se encontram há anos - literalmente.

Outra forma de perceber isso é tentar lembrar dos nomes de pelo menos três dos presentes. O engraçado é que nessas horas você descobre - não chega a ser lembrar - que tem mais parentes que imaginava. Ou, então, olha ao redor e não reconhece ninguém, porque tempos atrás todos eram bem diferentes.

Enfim, chego a uma conclusão. Os laços são construídos quando somos pequenos, quando a interação acontece de forma natural e achamos que os primos são nossos amigos.
Porém se não são conservados, desmancham e dificilmente voltam a ser laços. E, se voltam, não ficam tão estreitos ou bonitos como os originais.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Isso é amor?

O amor é tudo. Ou nada. O amor é ilusão ou conto de fada. E o amor pode ser antes paixão e promessa. Faz o amante enlouquecer e dizer que confessa.

Nem sempre o amor está presente. Porém existe sempre quem tente.

O desamor resultante do amor afasta. O coração de pobres amantes arrasa.

Falar de amor é delicado. Vivê-lo é complicado.

Quanto ao amor verdadeiro?

A verdade do amor.

A verdade e o amor.

A verdade no amor.

A verdade sem o amor.

Presentes + confissões = demonstração do amor

"Te amo" = reafirmação do amor

Não, não, o amor não é uma ciência exata.

Um sentimento procurado em todos os lugares, por toda a vida, perdido no tempo.

Sentimento sem definições, certezas e razões. Esperado, esquecido, extinto.




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sábado, 14 de novembro de 2009

Quando as luzes se apagam

* texto escrito do dia 10 ao dia 11 de novembro de 2009

A luz oscilou por alguns segundos e apagou. Não foi apenas minha rua que ficou no escuro, foram bairros de São Paulo. Já por conta disso estranhei. Além disso, não estava chovendo - quando chove, é mais comum que isso aconteça.

Não tinha visto a hora. Mas já passavam das 22h. O alvoroço pós-blecaute durou pouco - ainda mais se comparado ao tempo em que ficamos à luz de velas. A energia voltou, fraca. Em questão de minutos, voltamos à escuridão. E ao alvoroço. E ao contínuo silêncio que que sucedeu, quebrado só com latidos, vozes ou motores de carros.

Passada uma hora e nada. As luzes não se acenderam. Olhando para fora da janela, via uma cidade-fantasma, escura, com leve neblina. Como em filmes de suspense ou terror.

Completaram-se 3h que as luzes se apagaram. Milhões de pessoas no escuro. Pela gravidade do problema, era de se esperar que demorasse. Um alarme de carro insiste em disparar. Inquietação, insônia, inverdade. Parece, mas não é ficção.

É exatamente nestas horas, de caso extremo, que sou tomada pelo sentimento de revolta.

Me pergunto como a situação chegou a tal ponto. Estados inteiros sem luz. E, quem sabe, o Brasil todo? Para mim isto é um sinal. Sinal de que algo não anda (nada) bem.

O problema da geração de energia elétrica tem solução. Talvez o que esteja faltando seja vontade pública. Porque solução existe: não há outro jeito, o governo tem de investir. E recurso público o governo tem - e de sobra. Por isso, termina por virar recurso privado. Assim, São Paulo torna-se cada vez mais decadente e carente de infra-estrutura básica.

A queda de energia é só um motivo a mais para afirmar que a cidade, o país e o mundo têm um limite. O homem parece que está "brincando" de usar o poder de sancionar e revogar leis, decidir e desistir, falar e desfalar, e - claro - levar tudo a seu limite, até explodir.

Será por conta de um traço cultural? Deixar as coisas como estão até algo dar errado para providências serem tomadas? Veremos cidades inundarem, rios secarem, famílias sofrerem e povos guerrearem para percebermos que algo não está certo e que se deve agir?

São Paulo é um bom exemplo de possível caos. Imagine a cidade sem energia elétrica em horário comercial. Ninguém trabalha porque nada funciona. Com tantos aparatos tecnológicos vamos regredir no tempo? Pois é, devemos admitir que nos tornamos absolutamente dependentes da  tecnologia, absolutamente dependentes de energia elétrica. Sem ela, no dia a dia, não fazemos nada. Não trabalhamos, não consumimos, não vivemos.

Afinal, o que é essencial para viver? O consumo ou a natureza? Um shopping ou um parque? Um carro ou o ar limpo? E como já disse, o mundo pode - de fato - virar um caos. Não estou sendo dramática e nem pessimista. São questões atrás de questões que vão surgindo e se agravando. Mudanças climáticas, chuvas, poluição, derretimento dos pólos, extinção de espécies animais e vegetais, derrubadas, queimadas. Em resumo, destruição.

Parece clichê, mas digo que ainda há tempo para salvar o mundo. Cada um deve se conscientizar de que tem um papel importante e também não podemos nos esquecer do valor das ações dos outros. Bilhões de pessoas fazendo um pouco já vale muito. Começar é difícil, parecemos estar andando no escuro. Mas não custa tentar.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Morte (e vida)

Tenho pensado bastante sobre a morte ultimamente, não sei por que. Para mim, ela é algo negativo, assim como muitos devem pensar. E, para outros, talvez não.

É verdade que já sofri com ela. Ao mesmo tempo em que dá sinais de sua presença, também desprepara as pessoas quando chega. Não a acompanhei de tão perto. Sei que provoca uma sensação de vazio, uma separação sem volta. Confesso que tenho medo dela...

E você, tem medo da morte? E de morrer? Ou, então, você tem medo de morrer mais cedo que imagina e não conseguir fazer tudo que quis? Será que é por isso que se tem medo?

Sobre aqueles que já se foram... Você acredita que eles não estão mais presentes de corpo e podem estar de alma? Também podem estar ao seu lado, te protegendo? E ainda desejando que você seja feliz enquanto estiver vivo?

O que é "estar vivo" afinal? Simplesmente respirar o ar que o cerca ou é mais que isso? "Viver intensamente"?

Tudo isso é o que fico me perguntando. Indagações, por enquanto, sem resposta. Talvez seja preciso viver muito ou chegar ao fim da vida para descobrir. Ouvi dizer que todo fim é um começo. No caso da morte, que em si é fim, qual é o começo? Parece que só resta viver para desvendar o mistério...

sábado, 31 de outubro de 2009

A crise dos 20

Para quem viu o título e pensou que eu fosse falar sobre economia se enganou. Já basta a imprensa saturar o assunto. Este post é para mostrar o que tenho pensado ultimamente e, por que não, desabafar também.

Não é só o mundo que passa por crises, as pessoas também. Acredito que a primeira delas é na fase da pré-adolescência. Os jovens deixam os brinquedos de lado, se sentem mais livres e que estão crescendo, começam a sair sozinhos e acham que os pais são chatos.

Poderia dizer que estou vivendo o que chamo de "crise dos 20", a crise dos 20 anos. Depois da crise existencial da "aborrescência", vem a da escolha. Ou da responsabilidade. Isso mesmo. (Na verdade, quando falo dos 20 anos, estou me referindo aos 20 e poucos anos, o período pós-faculdade.)

Em tese, você pode optar por apenas trabalhar, já que muitos já ingressaram no mercado de trabalho através do estágio, ou trabalhar e estudar - seja pós ou outra graduação - ou simplesmente fazer uma viagem.

São várias opções. Fazer um curso? Uma pós e em quê? Outra graduação? Quando? Quanto custa? Viajar? Para onde? Para estudar, trabalhar ou apenas para conhecer? Ou desistir dessas ideias e fazer outros planos?

Dizem que nessa idade se tem vontade e energia para fazer várias coisas. Talvez seja verdade mesmo. Se pudéssemos fazer tudo que gostaríamos seria ótimo, mas dificilmente é possível, por mais otimista e ativa que uma pessoa seja.

Mas, mesmo assim, temos de ir atrás de nossos sonhos e desejos! A questão é encontrar o norte em meio à "crise dos 20" e conseguir priorizar os projetos futuros sem se arrepender das escolhas feitas.

* Lembrei-me da música "20 e poucos anos" do Raimundos. Um trecho da letra e o vídeo...

Eu não desisto
Assim tão fácil meu amor
Das coisas que
Eu quero fazer
E ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço
Seu valor
E eu só quero dessa vida
É ser feliz





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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Somos um pouco crianças

Não poderia deixar de fazer minha homenagem ao Dia das Crianças, ainda mais saudosista como sou. Relembrar de coisas que já estão um tanto escondidas na memória...

Quando era pequena, as crianças brincavam na rua, no prédio, no quintal. Adorava pular corda, "plantar bananeira" (ficar com o corpo reto de ponta-cabeça apoiando-se nas mãos) e "dar estrela" (girar o corpo de lado apoiando-se as duas mãos no chão).

Aprender a andar de bicicleta sem as rodinhas dos iniciantes era uma emoção grande - pra criança e também para o pai. Depois, a febre foi andar de patins, o que também adorava. O parquinho, hoje mais conhecido como "playground", era mais popular que atualmente. Os brinquedos de que mais gostava eram o balanço, ganhava disparado dos outros, e do escorregador - quando estava no topo, me sentia gente grande, porque via todo o resto muito pequenininho.

Algumas coisas e acontecimentos pareciam estar bem longe. Completar 18 anos, prestar vestibular, cursar faculdade, começar a trabalhar, chegar à fase adulta.

E quem diria. Esse dia, enfim, chegou. Em muitas situações me sinto "velha". Já me formei há quase um ano! Agora tenho de pensar em pós graduação, mestrado, trabalho...

No fundo, acho que todos são um pouco crianças. Alguns por serem imaturos. Mas digo isso porque a infância é uma fase da vida que é inesquecível. E todos levam uma parte dela em lembranças para o resto da vida.

Para fechar este post, segue uma brincadeira minha, em forma de poema, sobre algumas coisas marcantes da minha infância.

Infância
Quando eu era criança
Eu brincava
de esconde-esconde
e pega-pega
Pulava corda
Plantava bananeira
Quando eu era criança
Eu gostava
de pipoca doce
pirulito de chocolate
sopa de letrinhas
suco de laranja lima
Quando eu era criança
Eu ia à escola
De lancheira rosa
e uniforme
Escrevia cabeçalho
e fazia lição de casa
Quando eu era criança
Eu brincava
Eu gostava de doces
eu ia à escola
Eu fazia birra
Eu era criança

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Desmistificando a língua portuguesa

Como todo bom jornalista preza, os profissionais e as pessoas comuns devem escrever e falar corretamente. Para mim, ver um erro em e-mails ou textos variados me causa agonia e fazer com que se escreva do modo correto tornaria o país melhor.

Com a popularização da internet, mais pessoas estão escrevendo mais... e errado. Assim, as formas incorretas do que poderia ser chamado de "português brasileiro" chegam às telas de milhares (ou milhões) de computadores e, fatalmente, a cabeças nada ou pouco pensantes.

Por esses motivos, com certa didática, pretendo com este post tirar algumas dúvidas que pairam no ar ou mostrar que o que se fala com muita frequência não está, na realidade, de acordo com as normas da língua portuguesa. Desmistificando...


Erros comuns

*meia
Estou meia cansada.
No contexto, a intenção é dizer que se está um pouco cansada e, portanto, o correto é utilizar meio. O mesmo vale no plural!
Fale certo: Estou meio cansada. / Estamos meio cansadas.

*a gente e agente
Agente combina de se encontrar.
"Agente" é aquele que age; "a gente" é o modo informal de dizer "nós".
Fale certo: A gente combina de se encontrar.

*fazer
Fazem dois anos que trabalho na mesma empresa.
Aqui, a pessoa que fala quer dizer que se completaram dois anos de trabalho. O sujeito do verbo "fazer" é inexistente e não possui conjugação.
O correto, então, é sempre no singular: faz.
Fale certo: Faz dois anos que trabalho na mesma empresa.

*há e atrás
5 anos atrás mudei de casa.
Neste caso, utilizar "há" e "atrás" juntos é redundante. Use apenas um ou outro.
Fale certo: 5 anos mudei de casa. / Cinco anos atrás mudei de casa.

*haver no passado e plural
Houveram muitas reclamações.
Não existe plural para "haver", o correto é "houve".
Fale certo: Houve muitas reclamações.

*pequeno detalhe
Este é só um pequeno detalhe.
Não existe tamanho para detalhe. Na verdade, detalhe já significa algo que praticamente não se nota. Não diga nem escreva "pequeno detalhe".
Fale certo: Este é só um detalhe.

*Unidades de medida
- hora: o formato correto para hora é apenas a letra H minúscula, sem zeros após a letra, nem dois pontos.
Escreva certo: 3h, 15h, 22h30, ...

- metro e quilômetro: para as medidas de distância, usa-se somente m e km (tudo minúsculo!).
Escreva certo: 5m, 100m, ... / 5km, 100km, ...

- grama: a palavra é masculina. Existe no feminino, mas faz referência à planta que fica no chão do parque ou jardim.
Escreva certo: Duzentos/Quinhentos/Setecentos gramas...

*onde e em que
Esta é uma tradicional festa, onde há música ao vivo.
"Onde" se usa apenas para lugares. Nos demais, o correto é dizer "em que".
Está é uma tradicional festa, em que há música ao vivo.

Observação: aproveitando que citei "onde", vale lembrar que muitos confundem com "aonde".
Vocês vão comer aonde?
Como indica lugar, o correto é:
Vocês vão comer onde?

Mas se a intenção é utilizar com o verbo "ir", deve-se usar "aonde" (preposição "a" + onde).
Aonde você foi?

*mas e mais
Está chovendo, mais vou sair.
Quando se quer fazer contraste de ideias, deve-se usar mas. Mais sempre será utilizado quando com a ideia de adição ou comparação.
Exemplos:
Maria tem mais parentes que João./Quanto mais chuva, mais enchente.
Toma isso e mais isso./Você tem mais morangos?

Observação: o sinal "+" se lê e escreve "mais".
Atenção também para a maneira correta de se escrever demais, palavra sinônima de "muito", "excessivamente". É uma palavra só!
Exemplo:
Escrevi demais.

*c e ç
É muito comum as pessoas usarem cedilha junto com a letra e, o que é errado. NÃO se usa ç com e ou i. Use apenas com c!
Exemplos:
Dance; você; preguicinha; ...

*Ver e ser
NÃO se diz nem se escreve veje ou seje. O correto é veja e seja.
Exemplos:
Veja o sol entrando pela janela!
Seja muito feliz.

*Verbos com preposição
Na hora em que falamos, omitimos a preposição de diversos verbos. Porém, quando escrevemos, temos de prestar atenção e nos lembrarmos de incluí-los!
Chegar/ir/assistir/referir-se a
Gostar/ter certeza de

*Como escrever corretamente algumas palavras e expressões
De repente - "derrepente" está errado
De novo - "denovo" está errado
Com certeza - escreve-se separado
Exceção - não se escreve com c ou ss
Talvez - não se escreve com s
Mexer - não escreva com ch
Circuito - não escreva com qu (diz-se "cui" e não "qüi")
Gratuito - o i não leva acento (lê-se "gra-tui-to")
Ter de - "ter que" é errado
De ela/ele - "apesar dela", "o fato dela" e afins são incorretos
Risco de morte/risco à vida - "risco de vida" é errado
Olimpíada/Jogos Olímpicos - usa-se de forma incorreta a palavra "Olimpíadas" para referir-se a uma edição realizada, porém, "Olimpíada" já constitui plural de competições esportivas e, portanto, é o certo

*Porquês
Por que - utiliza-se no início de perguntas.
Por que você não vai a pé?

Porque - para justificativas.
Não vou a pé, porque está chovendo.

por que - para dizer algum motivo.
Não sei por que você não usa guarda-chuva.

Porquê - é substantivo. Dica: geralmente se utiliza com artigo (o ou os).
Não sei o porquê de sua implicância.

Por quê - utiliza-se no fim da frase.
Sou implicante por quê?

*Crase
Basicamente, a crase será usada em três casos.

- Com palavras femininas
A crase, neste caso, é a fusão da preposição "a" (sinônimo de "para") com o artigo definido feminino "a".

Foi um grande gesto que fez à avó.

Observação: nunca se usa crase com palavras masculinas! Atenção!

- Com a seguinte regrinha:
Se vim "da", crase há.
Se vim "de", crase pra quê?

Vim da Bahia. > Fui à Bahia.
Vim de São Paulo. > Fui a São Paulo.

- Em expressões de "à moda de"
Este caso tem algumas variantes.

Nossa especialidade é o espagueti à moda da casa.
Almoçamos bife à parmegiana.
Saiu da festa à francesa.



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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A água que vem do céu

Pós-feriado e chuva, muita chuva, chuva que não parava. Chuva que caía, encharcava e transformava as ruas em rios - de sujeira.

Chuva que desanima, transmite sonolência. Chuva de São Paulo, que castiga a cidade, o trânsito, os pedestres, os que trabalham, os que estudam.

A precipitação - em termos de estudos em Geografia - consiste em um ciclo natural e, portanto, deveria estar em harmonia com os seres vivos: plantas e animais. Eis que o ser humano surge, depreda, domina, explora, devasta, polui.

No fim, a chuva acaba se tornando um problema e a cidade um caos. Mais pessoas saem com seus carros, o congestionamento se agrava, muitos se atrasam para seus compromissos, o estresse é sempre maior e a probabilidade de acontecerem acidentes aumenta. A correnteza leva o lixo das calçadas para os boeiros que entopem, as ruas alagam, os não-motorizados fazem malabarismos para não pisarem nessa água ou ter o menor contato possível com ela.

Só fazendo um parênteses. Infelicidade em dias de mau tempo não é apenas o céu nublado desanimador e o frio consequente. Por pura sacanagem - ou não, o que acho difícil - carros trafegando em velocidade razoável passam e banham pedestres desatentos à beira da calçada.

Acho que nunca tinha me irritado tanto quanto ontem com os estragos resultantes de tanta chuva. Como você pode ver, a água que vem do céu não traz problemas, apenas os torna mais vísiveis.

E me pergunto até quando projetos de melhoria e educação serão criados, aprovados, iniciados, concluídos e, finalmente, considerados um passo à frente no quesito meio ambiente. E quando será que sustentabilidade passará a ser pauta obrigatória da mídia, tratada com a devida seriedade e não apenas como estratégia de marketing.

E quando o chamado desenvolvimento sustentável será prática corriqueira de corporações e políticos. E quando os cidadãos estarão conscientes de que o papel de cada um é de extrema importância, já que somando a ação de cada indivíduo em um universo coletivo podemos realizar profundas mudanças, maiores até do que imaginamos ser possível.

Espero que a água que vem do céu, uma espécie de bênção, não chegue tarde demais para purificar mentes poluídas pelo egoísmo e ganância.





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Dicas para ajudar o meio ambiente
E o transporte público, como anda?
5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente
Secos e molhados

domingo, 6 de setembro de 2009

Cultura na Casa das Rosas

Já faz um tempo que tenho acompanhado a agenda cultural da Casa das Rosas. São promovidas, principalmente, atividades ligadas à literatura (poesia).

Além de oficinas e cursos, palestras são ministradas todas as semanas. Sem contar as exposições que parecem bastante interessantes.

O que me encanta é a arquitetura. E o jardim. Aliás, foi uma das poucas e belas construções antigas que restaram na Avenida Paulista. Concebida em 1953 por Ramos Azevedo, segue padrões do classicismo francês. Sua galeria de arte foi tombada pelo valor histórico.

Acho que não só a Avenida, mas a Casa das Rosas tem seu charme. Gostaria de poder falar mais sobre esse centro cultural, mas - infelizmente - ainda não visitei o local e nem participei das atividades. Mas, com certeza, tenho fortes motivos para ir até lá.

A programação é divulgada no site e através do twitter (www.twitter.com/casadasrosas).

Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Avenida Paulista, 37 - Bela Vista - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3285-6986 / 3288-9447
De terça a sexta, das 10h às 22h
Sábado e domingo, das 10h às 18h

sábado, 29 de agosto de 2009

Dicas para ajudar o meio ambiente

Minha consciência ambiental tem se manifestado ultimamente. Por isso, volto a tratar do assunto neste blog.

Aliás, o importante em um blog é que muitas informações restritas podem e são publicadas para conhecidos, amigos e, claro, muitos e muitos "googlers". Já que a internet é tão criticada como uma fraca ferramenta de pesquisa, devido à qualidade de informações encontradas, faço minha contribuição para divulgar utilidades.

As dicas postadas aqui devem se tornar hábitos. As pessoas precisam receber a chamada "educação ambiental" para poderem provocar mudanças, não só no cotidiano, mas em suas vidas, bairros, comunidades, países. No mundo.
É através do aprendizado que se adquire consciência.

Trago uma compilação de e-mails que recebi e outras ideias de que tomei conhecimento circulando por este vasto mundo.


Dicas para ajudar o meio ambiente

*Quando fizer compras no supermercado, leve sua própria sacola. Uma sacola de plástico leva 500 anos para se decompor.

*Desligue o monitor do computador e as caixas de som quando não estiver usando ou não for usá-lo/las.
*Apague as luzes quando sair ou não for usá-las.
*Feche a torneira ou o chuveiro para poupar água.
*Lave o carro, a calçada e o quintal utilizando balde. Com a mangueira, há muito desperdício de água.
*Dê preferência a sabão de coco ou sabões ecológicos - que poluem menos.

*Quando trocar o celular ou o computador, ou descartar pilhas, procure um local que receba este tipo de lixo.
*Prefira pilhas e baterias recarregáveis.
*Separe materiais como papel, plástico, vidro e metais para reciclagem.

*Para ir a locais próximos de casa, deixe o carro na garagem e vá a pé ou de bicicleta. É bom para o meio ambiente, para a saúde e para o bolso.

*Dê mais caronas e use o transporte público.

*Utilize papéis recicláveis e reciclados. Aproveite a frente e o verso sempre que possível.

*Dê preferência a refis e produtos sem muitos invólucros, cuja embalagem seja reciclável ou econômica.
*Economize papel, imprima somente o que for necessário.
*Não jogue lixo na rua. Em dias de chuva, esse lixo entope bueiros e deixa as ruas mais sujas.

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE
ECOnomize Reduza - Reaproveite - Recicle

domingo, 9 de agosto de 2009

Haikai

Faço a estreia do mês de agosto com dois haikai que escrevi. Ambos, junto com mais outros, inscrevi num concurso internacional, mas - infelizmente - nem Menção Honrosa vou receber. Mas tenho um tempo para aperfeiçoar e fazer novas criações.
E o que é um haikai? O haicai (em português) ou haiku (em japonês) é um poema tradicional do Japão, composto por três versos com cinco, sete e cinco sílabas cada, respectivamente.
Confira os poemas (em inglês).


Beautiful flowers
A little strong shines the sun
everywhere I go
*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Water falls from sky
Cold wet wind, warm ray of light
Seven colors painted







sábado, 18 de julho de 2009

Pequeno poema

Passando rapidamente por aqui, deixo vocês, internautas-leitores, com um poeminha que criei numa de minhas andanças - quase que literalmente - por aí.

Espero que gostem!

Ando para seguir em frente
Ando para descansar a mente
Caminho devagar
Caminho para meus pés me levarem a algum lugar

domingo, 12 de julho de 2009

R.I.P.

No dia 25 de junho, Los Angeles e o resto do mundo assistiram à morte do cantor rei do pop, Michael Jackson. O fato abalou milhões de fãs de vários países que fizeram homenagens com flores, cartazes, cantando suas músicas e até com escultura em areia.

Linhas tortas

Aos 4 anos, Michael já se destacava entre seus irmãos no grupo Jackson 5. Em 1972, inicia sua carreira solo. Dez anos depois, lança o álbum "Thriller", o mais vendido de todos - 40 milhões de cópias. O clipe da faixa que leva o mesmo nome do álbum se tornou um clássico e preferido de muitos admiradores.

Em 1988, começa a série de plásticas no rosto. "Black or white" seria gravada em 1991, música de seu oitavo álbum de estúdio, "Dangerous". Mais tarde, em 2003, Michael Joseph Jackson é acusado de abuso sexual e dois anos depois, é julgado e inocentado.

Ainda em 13 de julho deste ano, o cantor voltaria ao cenário musical com a turnê This is It que se estenderia até março de 2010. Postos à venda no último mês de março, os ingressos esgotaram-se em apenas cinco horas.

Em 25 de junho, o astro pop morre após parada cardíaca. A causa ainda é desconhecida, mas existe a hipótese de uso excessivo de medicamentos.

Fofocas e sucesso

Já na década de 90, cantava MJ no matter if you're black or white. Apesar disso, tornou-se mais um branco na mira de lentes e fofocas sobre sua vida. Talvez ele até pensasse que essa discriminação não deveria existir, mas a força do preconceito da sociedade é muito mais forte.

Depois de ser acusado de pedofilia e ter segurado seu filho Prince Michael Jackson II fora da janela, passou a ter menos aparições em público e terminou por se isolar em Neverland. O "personagem" sofreu com a realidade, pois foi transformado em branco, pedófilo, polêmico, mau exemplo de pai e artificial devido às plásticas realizadas no rosto.

Ao saber da fatalidade, não acreditei. Parecia mentira. Desde pequena assistia aos clipes e ouvia as músicas. Michael Jackson lembra parte da minha infância. Me emocionei com a homenagem do Vitrine (programa do dia 27 de junho) da TV Cultura e quando ouvi "Black or white" - umas das minhas preferidas, aliás.

É bem clichê dizer que "ele estava sofrendo, agora pode ter paz" ou outra frase do gênero. Então só me resta dizer:

"Rest in peace, Michael!"

sábado, 4 de julho de 2009

E o transporte público, como anda?

"Como anda o Transporte Coletivo na Capital de São Paulo?" Esta é a pergunta que a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social faz para o usuário de ônibus em blog lançado recentemente - http://www.onibus.blog.br/.

Uma iniciativa interessante e de grande importância. O blog foi uma alternativa simples e, diria até, acessível ao público em geral. Na realidade, quando fiquei sabendo (ouvi a dica na rádio CBN na última segunda, dia 29 de junho), nem acreditei. Sou um tanto pessimista e creio que no Brasil a relação usuário-cliente-cidadão com servidor-empresa-governo seja distante ou até inexistente.

A solução para o problema de comunicação entre paulistanos e a prefeitura é um projeto que merece ser aplaudido de pé. Nesse caso, o internauta entra em contato direto com o promotor responsável pelas informações divulgadas no blog. Porém, no geral, serviços de atendimento para reclamação não atendem às necessidades de uma cidade do tamanho de São Paulo. As críticas acabam sem efeito.

O Brasil ainda é carente no quesito ouvidoria. Apesar disso, acredito que é algo que pode dar certo e, então, ser aprimorado. Até mesmo o Planalto tem planos para criar um blog para denúncias - de fato, é surpreendente.

Não sei se as pessoas pararam para pensar, mas a cidade tem muitos problemas, alguns com projetos só no papel, e - aparentemente - a lista de preocupações só tem aumentado. Um dos fatores que contribui para isso é a resolução em curto prazo. A velha história do "barato pode sair caro".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tempo de quadrilha

É tempo de fim de semestre, provas, trabalhos. De quase férias. É tempo de meio de ano. É tempo de namorados e santos. Também é tempo de festa junina.

Pipoca, quentão, canjica, paçoca, pé-de-moleque. E assim vai. Apesar de as comidas serem atrativas, o que mais me chama a atenção é a quadrilha.

Tive a oportunidade de assistir a uma totalmente improvisada, e talvez pouco criativa, mas bastante divertida. Os participantes - aliás, todos os que estavam presentes - mostravam sua alegria.

Lembrei da época de colégio. Tínhamos ensaio, escolhíamos nosso par, reservávamos o sábado para a festa. De uns anos para cá, passei a ter a impressão de que era a mesma música-tema para a hora da quadrilha, aliás, "o" evento do dia - os alunos da sétima série até o segundo colegial esperavam ansiosamente pelo momento da dança final, quando os terceiranistas desfilavam pela quadra e celebravam o casamento dos noivos.

Para dizer a verdade, tudo isso acabou se tornando rotina e, portanto, chegou a ponto de perder a graça. Mesmo porque não é mais a minha turma que dança.

E hoje percebi. No fundo, o importante não é necessariamente fazer um planejamento minucioso para sair tudo nos conformes. O improviso pode cair muito bem, porque - afinal - o que vi não eram apenas sorrisos amarelos, fingidos ou pequenos, eram gargalhadas de pura alegria. O motivo era simples: estavam dançando quadrilha.

domingo, 14 de junho de 2009

Enamorados

Noite de 12 de junho em São Paulo. Muitas pessoas na rua, no metrô, por aí. Casais andando, casais passeando, casais jantando. Casais conversando, casais comemorando, casais namorando. Este foi o Dia dos Namorados na emenda de feriado.

Mais que qualquer dia, a rua e os restaurantes foram tomados por namorados. Sim, é uma data romântica. E, sim, também é uma data "marketeira" - o quanto os namorados e namoradas não movimentam a economia nacional comprando uma lembrancinha ou um presente?

Dia de cinema

Também foi dia de Noitão no HSBC Belas Artes, especial de aniversário de 5 anos e com exibição de cinco filmes. Estava cheio, tinha muita gente na fila e os ingressos estavam esgotados. As sessões iriam começar por volta da meia-noite.

O primeiro filme foi A comunidade (2000), dirigido por Alex de Ia Iglesia. Pensei que fosse ter medo, porque uma sinopse indicava como "terror cômico". Não curto este gênero. Mas não fiquei com medo e nem com sono. Rendeu várias risadas. Algumas sacadas tendiam para o trash, o que tornava o filme engraçado e até inteligente. A atriz Carmen Maura (Volver) é a protagonista.

Em seguida, saímos correndo para assistir a Tinha que ser você (2009), de Joel Hopkins, pré-estreia. Apesar de ter começado depois das duas da manhã e ser romântico, não pisquei os olhos. Os personagens principais, interpretados por Dustin Hoffman e Emma Thompson, que dispensam apresentações, eram solitários na trama. Sentimental e, eu diria, "bonitinho" - traduzindo, "água com açúcar".

O último desta maratona foi arriscado. Poderíamos ver A Onda ou Nathalie X, porém, decidimos apostar no "filme surpresa". Espera mais longa... Pessoas bocejavam ou tinham expressão de cansaço. Eram mais de quatro horas da madrugada.

Para nossa alegria, o filme era francês, intitulado Paris (2008), do diretor Cédric Klaplisch. Não que o filme fosse chato ou ruim, embora um tanto parado, mas meus olhos foram fechando até a imagem da tela sumir. Permaneci assim durante uns 15 ou 20 minutos. Enfim, o fato de Juliette Binoche ser a atriz mais conhecida no elenco não deixou a produção a desejar. Sí, la película es buena. As histórias, interligadas, eram tristes - um pouco à la Iñárritu.

Depois das seis horas cinéfilas...

O saldo do Noitão é um pouco deprimente para os solteiros, independentemente de finais felizes. A comunidade mostra a "união" pelo interesse; Tinha que ser você apresenta a mulher madura que foge de relacionamentos sérios porque tem certeza de que sofrerá quando tudo acabar; e Paris traz personagens em busca de algo, que não o amor, e a fatalidade do destino de outros, aqueles que amam.

Apesar dos desencontros e decepções, ingenuamente esperançosa ou não, ainda acredito na existência do amor.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mestre, poeta, fingidor

Fazia muito tempo que eu não ia ao teatro. Não tenho o costume de assistir a peças, mas gosto bastante. Para mim, a relação entre os atores e o público é aberta para reações diversas e, portanto, é sincera.

Noite fria e o público à espera. Quando o auditório é aberto, as pessoas entram e se acomodam. As luzes se apagam e a ansiedade aumenta. O espetáculo já vai começar.

A peça intitulada O fingidor, dirigida por Samir Yazbek, é uma ficção bem-humorada da vida do poeta português Fernando Pessoa, que se passa por datilógrafo para trabalhar com um aclamado crítico de sua obra. Além desse novo personagem, a história também mostra os heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Confesso que de teatro não entendo nada. Então, as impressões registradas aqui partem de uma espectadora "crua".

O elenco, não à toa, foi aplaudido de pé e com sorrisos nos rostos. O destaque foi Helio Cicero, protagonista, no papel de Fernando Pessoa e de, digamos, seu novo heterônimo, interpretado de forma caricata, porém, espetacular. Este era divertido, carismático, desinteressado por poesia. O outro, "ele mesmo", era sério, louco, fingidor...

O texto traz a poética de Pessoa com naturalidade e, entre outras obras-primas, o poema a que o título da peça faz alusão, "Autopsicografia". Esses versos não poderiam faltar na peça e, muito menos, aqui.


Autopsicografia

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o que escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração

Fernando Pessoa (1888-1935)


*** O fingidor estreou em 1999, quando o diretor Samir Yazbek recebeu o Prêmio Shell de melhor autor. Nestes 10 anos, a peça teve ótima aceitação pela crítica, montagem em outras cidades, tradução para outras línguas e adaptação para a televisão. ***


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O grande poeta Mário de Andrade

sexta-feira, 5 de junho de 2009

5 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente

No dia 5 de junho, comemora-se o Dia Internacional do Meio Ambiente. Por aqui, em São Paulo, a data foi lembrada um pouco antes.

Na quarta-feira, dia 3, a Câmara Municipal aprovou uma lei para reduzir agressões ao meio ambiente, com projeto de autoria do prefeito da cidade, Gilberto Kassab. Dessa nova regulamentação, aprovada por 51 dos 55 vereadores, destacam-se as seguintes medidas:

- frota de ônibus de São Paulo (15 mil veículos) com utilização de etanol e energia elétrica
- retomada da carona solidária
- ampliação da inspeção veicular
- instalação de ecopontos em todos os bairros para coleta seletiva de lixo

(Fonte: Jornal Metro, edição de 4 de junho de 2009)

Iniciativa interessante, porém, falha

Com certeza, os itens de 2 a 4 são adequados e necessários para uma megalópole como São Paulo. O item 1 pode ser interessante, mas alguns aspectos devem ser levados em consideração.

O etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar que tem de ser plantada, resultando - portanto - em desmatamento. Já a energia elétrica deve ser otimizada - não apenas economizada. Não é para isso que existe o horário de verão? E os fretados? Eles merecem fazer parte da discussão, porque são numerosos pela manhã na movimentada Avenida Paulista.

Além disso, existe outro detalhe - que nem é tão detalhe assim. Essas medidas não estão em acordo com as aprovadas pelo atual governador do Estado de São Paulo, José Serra. O projeto estadual prevê a construção de mais avenidas e viadutos, o que leva a mais carros circularem. Um dos agravantes é essas obras serem instaladas próximas à Marginal Tietê que já é caótica, feia e fedida.

Foco deve ser melhor ajustado

Os paulistanos enfrentam diversos e grandes problemas. Péssimas condições de transporte público, congestionamento em vários pontos da cidade, volume absurdo de lixo, além de poluição atmosférica, visual, sonora e de locais públicos.

Não soa um pouco estranho tentar optar por combustíveis alternativos, que criam outras preocupações, e dar mais espaço para carros - que poluem, e muito, o ar? E a coleta seletiva, tentativa fracassada por incansadas vezes, será efetiva, mesmo com a falta de educação e conscientização da massa da população?

E ainda é difícil de entender por que não investir de forma maciça na despoluição do rio Tietê, que pode ser transformado em excelente via de transporte e utilizado para turismo, em vez de se acumular mais concreto, e consequentemente mais lixo, ao redor dele.

Cada um pode fazer sua parte

Se há algumas falhas, pelo menos existem pontos positivos. O Governo de São Paulo oferece o serviço Disque Ambiente. Através do número 0800 11 3560, com atendimento 24 horas, o cidadão pode denunciar crimes ambientais, como:
- desmatamento - queimada - despejo ilegal de lixo - poluição do ar - emergências químicas - crimes contra fauna e flora - tráfico de animais


(Fonte: anúncio)

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) também apresenta uma mobilização interessante. Uma iniciativa mundial para o plantio de árvores nativas ou apropriadas para o meio ambiente local com o slogan "Plantemos para o Planeta: Campanha 7 Bilhões de Árvores".

Governos, empresas, indústrias, comunidades e indivíduos são encorajados a estabelecer um compromisso de participação online para plantar 7 bilhões de árvores no mundo todo até o fim de 2009.

(Fonte: site da United Nations Environment Programme - UNEP)

Então...

Os três "R" resumem a "frase de ordem":
*** Reduza, Reuse, Recicle ***

Para finalizar, o clipe da música "What I've done", do Linkin Park, mostra os problemas, não só ambientais, da nossa atualidade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Recorde

Faço a estreia do mês de junho com uma grande vitória. Bati o recorde de número de posts em maio, com quatro textos. Até então, o máximo tinha sido três.

Gostaria de poder atualizar este espaço com mais frequência. Talvez duas vezes por semana. E não é por falta de tema, assunto, reflexão... um pouco por falta de tempo.

Por fim, deixo meu blog aberto a sugestões de temas. Pode ser sobre animais de estimação, chocolate, pessoas, internet, escrever, dinheiro, esportes, família, viagens, planos para o futuro e até arriscar falar sobre política. E, claro, sobre poesia!

Exercitem sua criatividade e façam suas sugestões!

sábado, 30 de maio de 2009

Dia incomum

Quinta-feira passada foi um dia fora do normal. Pelo menos na minha visão. Coisas "bizarras" aconteceram...

Fila no Masp. É frequente ter fila apenas às terças-feiras, afinal, a entrada é gratuita neste dia da semana.

Logo depois, vejo um homem carregando uma impressora na cabeça. É, na cabeça, como se fosse um vaso, como as escravas faziam. Em meio à agitação da Avenida Paulista.

Chego ao meu destino. Entro na sala de aula e tenho a impressão de que estou no lugar errado. Que nada! Foi o professor subtituto que tinha me enganado...

Justamente enquanto eu esperava o ônibus para ir trabalhar, começou a chuviscar e depois chover mesmo. Minhas coisas ficaram todas molhadas. Uns 50 minutos depois, mal caía um pingo d'água do céu.

No fim do dia, tive uma valiosa recompensa. Fiz uma descoberta impressionante. "Idosinhos" gostam de dançar e sabem até alguns passos incrementados! E o melhor de tudo isso é que eles ficam felizes, com um sorriso enorme estampado no rosto!

Cada sorriso foi igualmente contagiante... eu olhava para eles e também sorria - quase de forma involuntária.

Atípico ou não, só pela quebra de preconceitos já valeu o dia incomum.

domingo, 17 de maio de 2009

Pra dizer que não falei das flores

Coloridas, grandes, pequenas, arredondadas, murchas, abrindo, secas. Flores. Elas estão em jardins, varandas, janelas, letras de música, poesias, arte, presentes, fotos...

Com nomes e tipos diferentes, seu significado também varia... amor, felicitações, morte. Mas como elas, as flores, podem significar coisas tão contraditórias? Início e fim?

Apesar de ter tão fortes representações, as flores foram deixadas um pouco de lado. Meio esquecidas. Poucas vezes vejo mulheres sendo presenteadas com um arranjo ou ramalhete. Para mim, este é um presente simples, mas que pode dizer muito. Mais do que se imagina. Em alguns casos, até dispensa palavras.

As flores agradam, fascinam e emocionam com sua beleza, mesmo tendo seus espinhos. E por isso continuarão sendo tão citadas e cultivadas.

A seguir, um trecho da música "Flores" (composição de Tony Bellotto, Sérgio Britto, Charles Gavin e Paulo Miklos) que reflete sobre emoção e, claro, flores.


Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro

Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
E embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo que eu vejo

A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
Flores
Flores
As flores de plástico não morrem

"Flores", Titãs


*Obs.: a foto é de minha autoria e o título do post é o nome de uma música do compositor Geraldo Vandré


terça-feira, 12 de maio de 2009

Mais que apenas imagem

Tudo é assunto para a fotografia, especialmente as coisas difíceis de nossas vidas. Ansiedade, traumas de infância, mágoas, pesadelos, desejos sexuais. As coisas que não podem ser vistas são as mais significativas. Elas não podem ser fotografadas, apenas sugeridas.

Duane Michals




Fotografia. Uma imagem, uma lembrança, um registro. Uma paisagem, um sorriso, um presente.

Mas o que significa a fotografia para você, para o outro, para alguns, para muitos? Para refletir, fiz uma coletânea de trechos de depoimentos de três fotógrafos. Vejam só!

Fotografar é num mesmo instante, numa mesma fração de segundos, poder reconhecer um fato e a rigorosa organização das formas percebidas visualmente para poder exprimir e significar este fato. É colocar numa mesma mira a cabeça, o olho e o coração.


Henri-Cartier Bresson
Um fotógrafo é um segredo de um segredo. Quando ele mais te conta, menos você sabe.
Diane Arbus
Num mundo tão inflacionado de imagens, a maioria delas arrogantes e fetichistas, quando não simplesmente sensacionalistas, por que não nos abrirmos àquelas fotografias sensíveis e reveladoras, cheias de autenticidade de quem se sente comprometido com a vida?
Clovis Loureiro


*A foto, tirada em 2008 na Pinacoteca do Estado, na Luz, é de minha autoria e diria que uma das minhas favoritas