segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quando era atleta... - Parte 2

No post anterior, comentei sobre minha "trajetória esportiva", mas acabei não citando outras modalidades.

Com uns dez anos, pulava corda - além de brincar de elástico, pega-pega, barra manteiga, entre outros - nos intervalos das aulas (os famosos "recreios") na escola e também "plantava bananeira" e "dava estrela" (até conseguia usar uma mão só!). Andar de perna de pau já era mais complexo. Não que sejam esportes, porém, me exercitava mais.

Numa época, eu era chamada de "cestinha", apesar da minha altura. Não era tão ágil ou roubava a bola, ficava estrategicamente posicionada - e preparada - no garrafão à espera do passe e, enfim, do apito validando a cesta. Cheguei a marcar vários pontos.

O que também não era muito favorecido por ser baixinha era o vôlei. Assim como o basquete, era uma atividade que me agradava praticar. Para mim, a rede era alta e sempre será e, por isso, preferia ficar mais no fundo da quadra. De lá, pelo menos, podia pegar as bolas fazendo "manchete". Além disso, era nos saques que tinha a oportunidade de contribuir para a vitória de minha equipe. Posso dizer que ajudei um pouco, sim.

Um fato que me surpreendeu quando lembrei foi uma quase obsessão adolescente de fazer ginástica. Abdominais, exercícios para os braços, etc. Mas o treino era interrompido depois de uma semana, porque não tinha paciência para repetir as mesmas coisas. Já hoje sei que não gosto de academia por conta disso.

Agora, queimar calorias se traduz em fazer - moderadamente - esteira ou bicicleta. Até me espanto com a determinação que tenho agora. Deve ser porque pretendo atingir o objetivo que estabeleci para este ano. De qualquer forma, percebi que atividade física é importante para a saúde, não apenas para emagrecer, para se sentir bem. Ainda não afirmo que voltarei à vida de atleta...

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Ano Novo no Japão

Nestes últimos dias, lembrei que havia escrito um texto sobre a tradição japonesa no Ano Novo. 2012 já chegou, mas vale a leitura!


A chegada de um novo ano significa o início de um período de renovação. No Brasil, tem-se uma forte influência das raízes africanas. As roupas brancas são quase unânimes para atrair paz, principalmente para aqueles que vão ao litoral assistir à queima de fogos, pular sete ondas ou fazer oferendas.

Já a tradição japonesa da festa de Ano Novo é ainda mais religiosa. Preceitos budistas são seguidos fielmente.

Conheça alguns costumes do oshougatsu (Ano Novo) no Japão.

A passagem do ano é a data mais importante no calendário japonês e a festa pode se estender por três dias ou até uma semana. De cunho religioso, a data é reservada para se fazer a purificação, orações e dar boas-vindas ao ano que se inicia. Além disso, as famílias assistem ao Kouhaku Utagassen, show de música com cantores famosos que se tornou tradicional no Japão.

Os preparativos começam com alguns dias de antecedência. Acredita-se que para entrar no ano novo é preciso ter tudo limpo. Por isso, as donas de casa iniciam, em novembro, faxinas em suas residências, chamadas oosouji, uma espécie de purificação. É uma boa oportunidade para trocar tatamis e o papel utilizado nas divisórias ou portas corrediças (shouji). Nas empresas, os funcionários fazem um mutirão no ambiente de trabalho.

A entrada das casas é adornada com o kadomatsu, um arranjo de folhas de matsu, similares a folhas de pinheiro (símbolo de longevidade), haste de bambu (símbolo de persistência) e galhos de ameixeira (símbolo de prosperidade). Uma das peças decorativas mais tradicionais, tem a função de trazer sorte aos seus moradores. O shimenawa, enfeite de papel branco também comum no Ano Novo, serve para espantar os maus espíritos. Acredita-se que uma casa com shimenawa é um lugar purificado para receber divindades.

Data religiosa

A cerimônia do Joya no kane, celebrada na noite do dia 31 de dezembro, consiste em tocar o sino 108 vezes, sendo a última badalada à meia-noite. Segundo a crença budista, as badaladas representam os pecados ou desejos mundanos do homem. Tocar o sino serve, então, para afastar esses desejos, para que o homem esteja purificado no novo ano.

Logo cedo, no dia 1º de janeiro, os japoneses fazem o a primeira visita a um templo budista ou um santuário xintoísta, chamada de hatsumode. As jovens se divertem ao vestir quimonos coloridos e ao passear com familiares, amigos ou namorados.

Outro costume é de se colocar o kagamimochi - dois mochi (bolos de arroz), um sobre o outro, decorados com papel japonês, folhas de matsu e daidai (laranja nipônica) - sobre um altar, como forma de agradecimento aos deuses budistas e xintoístas.

Comidas

Osechi-ryouri é a refeição dos três primeiros dias do ano, que inclui diversos pratos dispostos em caixa de madeira laqueada (juubako). Não se pode trabalhar nos dias do oshougatsu e as donas de casa já deixam, então, tudo preparado, com alimentos que passem por esse período sem estragar. Assim, surgiu a tradição de comer, na última noite do ano, o toshikoshisoba, o macarrão de passagem de ano, que simboliza longevidade, pois remete à barba e aos cabelos dos deuses de longa vida.

Presentes

Otoshidama é o presente dado em dinheiro, dentro de um envelope, pelos pais ou parentes às crianças, que podem comprar o que desejarem.

Os cartões de Ano Novo japoneses, os neganjus, têm tanta importância quanto na cultura ocidental. Algumas vezes, os desenhos são feitos pelos próprios remetentes e um dos temas preferidos é o zodíaco chinês.

Brincadeiras

As crianças divertem-se com brinquedos que no fim do ano ganham significado especial. Os meninos jogam pião (koma) e empinam pipas (takoage). Já as meninas brincam com peteca (hanetsuki), com suas raquetes de madeira decoradas, conhecidas como hagoitas. Quem deixar cair a peteca recebe uma pincelada de nanquim no rosto como punição.

Kakizome

Geralmente no dia 2 de janeiro, as crianças japonesas reúnem-se para a primeira caligrafia do ano. Em um papel branco fino, escrevem com tinta nanquim um poema ou uma resolução para o novo ano, por exemplo. Lá, todos os anos, são organizados concursos e exposições dos trabalhos infantis.

Ao contrário dos ocidentais que saúdam o futuro ao dizer “Feliz Ano Novo”, os japoneses agradecem pelos pedidos atendidos no ano que está para terminar, dizendo: “Akemashite omedetou gozaimasu”.

Festas

Bonenkai é a festa de final de ano que reúne famílias, amigos, funcionários de uma empresa, entre outros, para confraternizar e esquecer tudo de ruim que aconteceu no ano passado.

shinenkai é a festa para comemorar a entrada de um novo ano – que também poderá reunir todo esse pessoal para desejar sorte, abundância e felicidade para o novo ano.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Desapego - Parte 2

Depois do primeiro passo dado, o resto parece mais fácil. Talvez.

Voltei a avaliar o que poderia encaminhar para a doação. Cada vez mais, percebo que - possivelmente por conta das minhas raízes que têm a tradição de guardar tudo - construí um "armazém infinito" de coisas. Minha impressão é que quanto mais vasculho, mais coisas existem, aparecem. E não termino nunca.

Já na segunda parte da organização, talvez tenha tido a consciência de que teria de me desfazer de muitas "lembranças" sem dó. Ou, quem sabe, esteja me livrando deste profundo desapego pouco a pouco.

A conclusão é que preciso dar espaço para novas energias e, portanto, novas roupas, livros e outros objetos que remetam a recordações.

Até mesmo parte de minha coleção de livros - que inclui presentes, literatura obrigatória, obras cobradas em provas de vestibular e aqueles que comprei - terá de ser desfeita.

O engraçado é que o pior (e mais triste) é ter de descartar minha coleção de revistas da adolescência quase por inteiro. Adorava as matérias, os testes, as dicas...! Aprendi muito! Nessa época, fui assinante por dois anos e era uma leitora assídua e ativa, porque sempre enviava e-mails para criticar, elogiar e participar. Se não me engano, ainda quando as pessoas se comunicavam via correio, cheguei até a enviar uma carta para a redação!

Por enquanto, a alternativa que encontrei foi reviver todos os momentos ao reler/rever o que ficou guardado, abrir um sorriso ao me emocionar, dar o "último adeus" e manter cada pedacinho de vida em algum canto da memória.