terça-feira, 27 de dezembro de 2011

E 2011 acabou...

Mais um ano acaba e as pessoas - que já aproveitaram o Natal para comer, festejar, reunir a família, confraternizar e trocar presentes - se enchem de pensamentos e, claro, resoluções de Ano Novo.

Esta é a hora em que todos param um tempo e refletem sobre o que foi bom, o que foi ruim e o que é preciso melhorar. É natural. É nesta época também que a esperança aumenta, as pessoas esquecem parte do cansaço e passam a ter novas expectativas, sonhos e desejos.

Posso dizer ainda que é neste período que todos querem estar em paz consigo mesmo e com os outros à sua volta.

O final do ano é desculpa e razão para reencontrar amigos que - ao longo dos quase 365 dias - estão ocupados com o trabalho, estudos e outros compromissos.

O que nos vem à cabeça é renovação. Não só dos bens físicos, mas consequente e principalmente das energias. Renovar esperança, determinação, desejos e metas.

Na realidade, esta pausa para um balanço deveria acontecer mais de uma vez ao ano, pois muitas coisas percebemos somente depois de semanas ou até meses e vamos meio que adiando para mais tarde sem tomar uma decisão final.

Mas vamos a um resumo de 2011.

Este foi um ano de muitos novos desafios. Começando pelo trabalho, adquiri conhecimentos e responsabilidades. Além disso, conquistei confiança, certa autonomia e reconhecimento. É gratificante. Se for fazer uma retrospectiva, percebo que o trabalho foi intenso.

Outra novidade apareceu nas relações sociais. Entrei em um novo ambiente de trabalho, conheci pessoas diferentes e convivi com outras. Viver em sociedade significa saber lidar com as vontades coletivas e as individuais. E saber quando priorizar os outros e quando dar prioridade para si mesmo.

Uma mudança extrema aconteceu quando passei a morar no apartamento novo. É a primeira vez que passo por isso, sempre tinha vivido no mesmo lugar. Tive de me adaptar  ao novo bairro e ao novo espaço.

Dei uma atenção especial para a família, e reforço que dar e receber apoio dela é essencial.


Senti falta dos meus amigos, tive de driblar a saudade e a distância. Porém ainda tenho grande consideração por todos eles.


Termino o texto e o 2011 sabendo que as experiências por quais passei me trouxeram um valioso aprendizado que - espero - lembre não só no próximo ano, mas durante toda a vida.


E que venha 2012!

Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Imperfeito

Hoje,
Visto roupas que não vestiria
Escrevo textos que não escreveria
Digo palavras que não diria
Penso o que não pensaria
Tento fazer o que não tentaria
Faço coisas que não faria
Será que serei um ser que não seria?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aniversário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade

Crédito: Reprodução
Em homenagem à data de hoje, 31 de outubro, publico aqui no meu blog um post com poemas de Carlos Drummond de Andrade (31/10/1902-17/8/1987), que nasceu há exatamente 109 anos.

Confesso que conheço pouco de sua produção literária, mas aqui vão alguns versos dos meus favoritos, do primeiro livro publicado pelo autor, Alguma Poesia, em 1930.

Poesia

Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


Outros posts

A simplicidade e a beleza dos poemas de Manuel Bandeira
O grande poeta Mário de Andrade
Mestre, poeta, fingidor
Saudades, Saramago


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Feliz Dia das Crianças!

'Doug Funnie' foi uma das coisas que marcaram minha infância

Esta data é nostálgica. Na verdade, já nos últimos meses, eu e coleguinhas da mesma idade tínhamos relembrado recordações marcantes de nossa infância. Programas de televisão, desenhos animados, músicas, doces, brinquedos...

Alguns até só vieram à minha memória quando outros relembraram e aí que bateu (muita) saudade.


"Diretamente do 'Mundo da Lua'..."
A seguir, selecionei dois vídeos - com carinho e certa dificuldade, já que gostaria de postar vários - que me trazem boas lembranças de quando era criança.

Feliz Dia das Crianças a todos que ainda se sentem como elas!


Um dos melhores programas era Mundo de Beakman e, dos que me recordo de primeira, é aquele em que o Beakman (Paul Zaloom) explica "o que é ranho" - claro, com intervenções do rato Lester (Mark Ritts).

*O vídeo é um pouco longo, recomendo assistir o trecho de 2'38" a 7'00".



Uma música que ainda ouço tocar em festas é "Superfantástico", do grupo Turma do Balão Mágico, que tinha a Simony como um dos integrantes. Veja o clipe, com participação de Djavan!


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quando era atleta...

Quando se é criança, os pais e a escola incentivam a prática de esportes e atividades físicas. No meu caso, tudo começou com a natação. Eu e os outros pequenos aprendíamos a nadar diversos estilos e sempre havia um dia reservado para brincar com boias, tapetes e outros objetos divertidos.

Cheguei a disputar, quando tinha uns 8 anos, um campeonato contra coleguinhas da própria escola. A prova contava com três participantes, cada um pulava de uma raia. Dada a largada, apressei-me para alcançar a vitória. Até o primeiro terço do trajeto, estava tranquila, pois tinha vantagem. Porém, inesperadamente, minha touca saiu e começou a boiar na água. Tentei nadar assim mesmo, mas - como meu cabelo estava solto e comprido - não conseguia enxergar nada à frente. O tempo parou.

Lembro até hoje. Bateu um desespero, uma pressão. Não havia torcida, mas havia espectadores. Logo coloquei a touca de volta ao lugar e voltei à disputa. Pena que tenha me classificado na segunda posição. Ainda que foi possível não ser a última!

Depois, o futebol

Cresci e participei de algum campeonato de queimada. Tenho certeza, porque ganhei uma medalha. Aliás, gostava bastante e quase sempre eu era queimada só no final do jogo. Mas falemos do futebol, esporte preferido dos brasileiros. Comecei a jogar nas aulas de Educação Física e passei a gostar. Quase me matriculei numa escola de futebol para fazer treinamento, não sei se profissional. Tinha uns 12 anos.

Engraçado que minhas colegas de sala também curtiam jogar bola. Acho que por isso que nosso time ficou forte e, apesar de eu ter ficado na zaga, praticamente assistindo à final de camarote, conseguimos ouro! (A escola onde estudava era bem pequena, mas não vamos tirar o mérito das medalhas conquistadas, né?)

Para fechar minha marcante fase futebolística, em uma das aulas, incorporei a inspiração para o esporte como arte. Fiz dois gols, dignos de registro em vídeo. Um marquei chutando a bola direto quando a recebi. Já no outro, matei a bola na coxa e bati de primeira! Golaço!

Às quadras com o handebol

A paixão por esporte aumentou quando conheci o handebol, com uns 13 anos. Se fosse para escolher qual modalidade jogar, a resposta era "hand" (leia-se "rêndi"). Não me destacava como uma das melhores e nem era ruim, jogava razoavelmente, na maioria das vezes na ponta.

Para aprimorar, fiz um treinamento semanal na própria escola. Me animava sempre e, quando chovia, não treinávamos, porque a quadra era descoberta. Parecia zica, sei lá. A semana inteira era de sol. Chegava quinta, chovia.

Fui inscrita num campeonato interescolas, como reserva. Fiquei com tanto medo das adversárias avantajadas que, quando o treinador me chamou, nem entrei em campo. Sinceramente acho que o jogo foi ganho na base da força, não da habilidade. De qualquer forma, valeu a (não) experiência.

Quando deixei de ser atleta

Abandonei os esportes ao terminar o colegial. No more aulas de Educação Física, no more exercícios. Existiu e existe uma atividade ou outra esporadicamente, nada comparado à época de colégio. No cursinho, estuda-se muito; na faculdade, faz-se trabalho demais. Agora, trabalha-se, estuda-se e um pouco mais.

Mesmo que não tenha sido de grandes proporções, me orgulho de minhas vitórias. Na verdade, parece que não foi real. Afinal, hoje, os exercícios são raros. As memórias ficam guardadas na lembrança e têm mais chances de continuarem aí.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Medo de dar medo

O que dá medo de dar medo em você?
Seu medo de dar medo se baseia em quê?
O que te dá medo de dar medo existe por quê?
Seu medo de dar medo passa com quê?
Medo de ter medo
Medo por ter medo
Medo para não ter medo


terça-feira, 26 de julho de 2011

Desapego

Ao longo dos anos, ganhamos presentes, compramos coisas novas, guardamos lembranças e papéis. Se não nos desfazemos de alguns itens, acumulamos mais e mais. Até que chega a hora de mudar de casa.

A primeira ideia que vem à cabeça é "quero levar tudo". Mas não é bem assim, a distribuição dos espaços é diferente e, com certeza, uma boa parte dessas coisas você não usa há tempos e não fará falta depois. É psicológico: você guarda e fica feliz em ter guardado, porém, depois de um tempo, você até esquece que guardou aquilo e você nem percebe a ausência do objeto.

Aí, após começar a separar seus pertences, percebe que não será possível guardar tudo que se quer. Aliás, é impossível querer guardar tudo.

No início sempre é mais difícil. Você começa descartando aquilo que considera mais "absurdo" manter, como papéis que já deveriam ter sido enviados para a reciclagem. Aos poucos, já se condiciona a pensar que este e aquele não terão grande utilidade no futuro e devem ser reencaminhados. Muitas coisas podem ser doadas, como livros, roupas, bolsas, brinquedos.

Temos de praticar o desapego. Assim, devemos enfrentar o desafio de encontrar alternativas para armazenar todas as lembranças que são revividas - sempre com o mesmo sentimento de surpresa e alegria - ao nos depararmos com tudo que guardamos com carinho.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um deles

Posso ter me tornado um deles. Apenas mais um que pertence ao grupo de pessoas apressadas, estressadas, que não respeitam os outros e empurram quem estiver à frente.

Digo isto, porque comecei a pegar metrô todos os dias de manhã, numa linha cheia e num horário cheio. Esta rotina começou a fazer mal para mim, iniciava o dia já irritada. Afinal, é absurdo.

Na maioria das vezes, quando você chega à plataforma, há um pequeno bolo de pessoas - com uma muito próxima da outra. Às vezes, este bolo termina depois da linha amarela, quase no vão dos trilhos. Logo você fica no meio, não mais no final. À sua volta, cada vez mais pessoas surgem. Mais e mais.

Ao trem se aproximar, o grupo transforma-se em bloco, com as partes grudadas e que se movimenta por inteiro. Você, já perdido por ali, é prensado com certa violência, a ponto de não conseguir respirar. Depois de o bloco contrair, se mover e um ou outro atropelar muitos, ele descontrai. E todos voltam à espera do próximo trem.

O processo repete-se cerca de duas vezes até você entrar no tal bloco que consegue entrar em um vagão. Algumas vezes o bloco te leva e outras você é levado por ele. Nem é necessário mexer as próprias pernas.

A saída pode ser tranquila ou tão selvagem quanto a entrada. Se você está no caminho, pode ser carregada para fora. E, se está na porta, pode levar um empurrão sem ouvir um pedido de desculpas em seguida. Se vai descer na estação, pode ser atropelado - mais uma vez.

Me adaptei à situação e percebi que comecei agir de uma forma parecida. Comportamento que desaprovo totalmente. Assim, passei a sentir um incômodo interno e perguntei a mim mesma: "estou me tornando um deles?". A resposta foi afirmativa. Fiquei agoniada. Nessas horas, vem a crise existencial. Não faz sentido ser como os outros se não gosto e não quero. A solução foi fácil, na realidade. Porém o mais importante é que percebi a tempo de não ser - de fato - um deles.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pilotando fogão 1

Um adendo ao post anterior. Estive pensando mais sobre o assunto, lembrei de coisas passadas e cheguei a novas ideias.

Quando era criança, gostava de anotar receitas de doces e bebidas principalmente. Comecei a gostar de fazer bolos e biscoitos. Ajudava minha mãe a preparar pães caseiros, bombons, sorvete, brigadeiro e beijinho. Nas férias, era capaz de passar várias manhãs ou tardes seguidas assando e comendo biscoitos. E me divertindo.

Cresci um pouco e continuei a preparar "sobremesas". Claro que com menor frequência. O ápice da minha inspiração gastronômica foi há uns anos, quando decidi testar uma receita de pavê de chocolate com morango. Uma delícia, aprovado pela família.

Mas, na época pré e durante faculdade, estava com mais tempo e... fui encarregada de fazer almoço, quase todos os dias. Havia dias em que me irritava com a obrigação, havia outros em que me entediava e outros ainda que me animavam, me deixando à espera de elogios. Recebi algumas críticas, logicamente.

Por isso, acho que um dos motivos por eu não gostar de cozinhar hoje é justamente o fato de eu ter tido a tarefa como uma obrigação e ainda só minha. Bagunçar um pouco a cozinha era legal, porque me divertia, era algo legal e compartia isso com minha amiga. Apesar de tudo, ainda é possível eu me interessar mais pela culinária no futuro, em outras circunstâncias.

domingo, 8 de maio de 2011

Pilotando fogão

Aproveito o Dia das Mães para falar sobre um assunto que tem fortes laços com o papel feminino. Cozinhar, tarefa conhecida também como "pilotar fogão".

A primeira pergunta que me faço é por que esta é uma "missão" feminina. A explicação (histórica) que me vem à cabeça me remete à época em que as mulheres não tinham escolha e eram donas de casa. Cozinhavam, lavavam, passavam, cuidavam dos filhos e do marido. Pensamento machista ainda presente hoje.

É claro que existem as vantagens de saber e gostar de cozinhar. Você consegue sobreviver sozinha; se for mãe ou avó, agrada a família e se sente bem com isso; de certa forma, faz uma terapia; estimula a criatividade e aprende a se organizar.

Eu - na realidade - já confessei que não sou fã de preparar comida e ainda com sorriso no rosto. Muitas pessoas estranham o fato e algumas até me criticaram, como se fosse algo totalmente absurdo. Prefiro lavar louça a cozinhar.

Chegou a hora de me defender.

Os papéis sociais da mulher - e do homem - estão mudando. Muitas mulheres dão prioridade aos estudos e seguem sólidas em uma carreira. Assim, elas dispõem de menos tempo para os afazeres domésticos e precisam de praticidade. Quando não têm tempo, buscam se adaptar - pedir para entregar comida em casa, comprar congelados ou comida semi-pronta, etc. Por outro lado, quando podem ir para a cozinha, preferem dedicar o tempo livre a outras atividades. Afinal, cozinhar não é só criar o prato, é um processo que envolve também a compra e a escolha dos ingredientes.

Além disso, alguns homens estão se tornando mais independentes e já sabem cozinhar um pouco. Existem aqueles que adoram este ritual e até convidam amigos para experimentar o resultado de suas aventuras gastronômicas. Este tipo seria o "marido ideal" para muitas mulheres.

Já ouvi representantes do sexo feminino revelarem que cozinha não é seu hobby ou forte. Eu sabia que não era a única a pensar assim, porém, me sinto muito mais confortável em ter certeza.

E, enfim, meu último argumento. Talvez o melhor de todos. Durante a semana, no horário do almoço, vi várias senhorinhas comendo em restaurantes self-service (vulgo "quilo"). Isto significa que elas não estão em casa preparando sua própria comida. Até elas estão se rendendo a essa praticidade! Não tem mercado ou feira, tempo na cozinha e louça para lavar. Uma maravilha.

É verdade que não é maioria. Muitas ainda vão fazer compras e aproveitam para socializar. Outras gostam mesmo de fogão.

Meu sentimento de ser considerada "diferente" diminuiu, as mulheres não são obrigadas a gostar de cozinhar. Mas ainda sei que algo me incomoda, me vejo diante de uma contradição. Neste momento, continuo a evitar a cozinha e o fogão, ideia que - em um futuro próximo - poderá mudar.

sábado, 30 de abril de 2011

A resposta-pergunta

A comunicação constitui basicamente em mensagem, emissor e receptor. Sem grandes mistérios. Para o ser humano, ela é feita através da ferramenta chamada "língua". E pode ser uma maravilha - quando funciona.

O que me intriga demais é a "resposta fácil", que termina com interrogação. Ou, como eu apelidaria, a "resposta-pergunta". Estive pensando sobre e descobri que existem alguns usos. Veja só os principais.

Motivo 1
A pessoa que ouve a pergunta está desatenta e não presta atenção. Aí, ela diz: "Oi?", "Que foi?", "O que?", entre outras variações.

Motivo 2
A pergunta-resposta denuncia a intenção de desviar o assunto ou mesmo fugir da pergunta. (Desculpem, mas não me lembrei de nenhum exemplo.)

Por isso que criei a teoria de que o fim do mundo já começou. O homem é o único animal que pode se comunicar de forma mais complexa através da língua. Portanto, se ele não a conhece ou não deseja utilizá-la, está levando as relações humanas à morte. Não se percebe sua verdadeira importância, sendo ignorada e inferiorizada.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Digno de nota

Depois de quase dois meses, volto aqui para uma nota. Não andei postando, mas andei pensando em assuntos para refletir neste blog e conferindo as estatísticas dele. E foi por causa dos números que minha volta acontece agora.

Posso dizer de certa forma que abandonei este espaço, em que divido fragmentos de minhas experiências, de mim mesma, críticas e dicas. Coloquei outras prioridades para a minha rotina. Deixei de escrever. Sim, um pouco por preguiça - confesso.

E vamos para outra fase, já com visual renovado. Rumo ao terceiro aniversário do Reflexões poéticas. Certamente, mais posts estão por vir - tenho ideias em mente. Não posso deixar meu blog morrer!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sayonara

Ano passado foi um período de muitas emoções para mim. Freelas que exigiam trabalhos diferentes, aprendizado, esforço e contato com pessoas diferentes. Num freela desses, conheci a dona Eiko Kanazawa.

Uma senhorinha nissei (filha de japoneses) muito simpática que ajudou uma pequena fábrica de doces se tornar uma grande distribuidora. Ela faz parte do grupo de pioneiros japoneses que se instalaram no bairro da Liberdade, em São Paulo, e desenvolveram o comércio local.

Esta foi a pauta da matéria que fiz no início de 2010, intitulada "Pontos comerciais guardam a história do bairro da Liberdade". Fui até a loja para ouvir o depoimento dela, entre alguns outros.

No início, assim como muitos japoneses, ela ficou um tanto receosa, mesmo que eu tenha falado para qual jornal ia ser a matéria. Mas logo percebeu que a conversa poderia ser boa. A senhora Kanazawa me contou sobre a história de sua loja - que teve uma ajuda de sua família -, sobre o bairro oriental e até de alguns de seus hábitos.

Me chamou a atenção o fato de ela ser bastante ativa. Todos os dias marcava presença nas aulas de ginástica para terceira idade às 6h. Além disso, fazia uma curta caminhada até sua loja, também diariamente.

Agendei um novo encontro para o fim de semana passado. Confesso que é uma vergonha levar uma cópia da matéria para os entrevistados quase um ano depois de ser publicada. E foi justamente o tempo que fez a diferença.


Ao chegar à loja, perguntei pela senhora Eiko Kanazawa e tive uma resposta objetiva-grossa. "A dona? Ela faleceu no ano passado." Fiquei atordoada, sem reação, me sentindo culpada. Tudo ao mesmo tempo.


Fui encaminhada para uma senhorinha japonesa que faz a venda dos doces. Amiga de dona Eiko. Não cheguei a me apresentar, mas expliquei o porquê de minha visita. Quando ela entendeu, abriu um sorriso e demonstrou sua felicidade. Disse que o filho Kanazawa iria ficar feliz com a matéria e com a foto que tirei dela.


De fato, nunca imaginei que fosse procurar por uma pessoa e ela não estar lá já há um tempo. Só não me martirizei, porque a reação da senhorinha amenizou meu sentimento de culpa.


Tudo que desejo agora é que a dona Eiko descanse em paz. Sayonara*, Kanazawa san!



*Sayonara significa "adeus" em japonês.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Balanço 2010

Pois é. Este post está um pouco fora de época, atrasado, e não tem a ver com economia/finanças. Será apenas uma breve avaliação do ano que passou.

Para mim, 2010 começou bastante agitado. Meu trabalho me proporcionou "novas emoções", tanto no lado pessoal quanto no profissional.

E o ano continuou agitado. Pulei de freela em freela até outubro. Nesse tempo, conheci pessoas diferentes, com que me identifiquei. Pena que quando começou já estava chegando ao fim.

Aprendi muitas coisas também. No trabalho e nas aulas de Espanhol que além de conhecimento, ofereciam uma certa "terapia do riso". E aprendi o que é ter determinação; ter objetivos e conseguir alcançá-los.

Entendi como é a situação de um desempregado. Não ter trabalho (ou ter pouco), não ter remuneração fixa, procurar trabalho incessantemente, não poder comprar ou se divertir como quiser e, por tudo isso, ficar com a auto-estima abalada.

Por fim, conquistei uma das coisas que queria e estou muito feliz. Meu presente de Natal chegou mais cedo. Tive muitas comemorações para fazer com minha família e pessoas queridas. Meu Ano Novo foi nostálgico, portanto, muito bom. Disney memories.

O único fato é que não senti o clima de Festas, de fim de ano. Talvez porque justamente no fim do ano estava construindo um novo começo. Passou rápido.

Agora estamos nós prontos para 2011. Novas energias, novas esperanças, novos sonhos,  desejos e planos, nova vida, novas ideias, novas experiências. Um novo ano. E que ele seja ótimo para todos!