domingo, 8 de junho de 2014

Água é vida

A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência humana. Algo que se estuda no período escolar e parece que é esquecido depois, uma informação importante que se perde no tempo. Além disso, nossa cultura parece ser aquela que só se preocupa quando a situação é grave e se está caminhando para um estado de alerta e esgotamento.

Os homens estão - de fato - chegando ao ponto de fazer o mundo acabar, o que também estudamos na escola e, muitas vezes, pensamos ser uma hipótese exagerada ou apocalíptica que - provavelmente - nem poderá se concretizar. Mas agora vemos que a realidade é (um pouco) diferente.

Vivemos tempos de vacas magras - ou, se preferirem, água escassa. Por isso, tenho duas críticas a fazer.

Campanha de conscientização

Nada seria mais sensato que promover uma campanha fixa de educação da população, explicando a importância da água e de economizar sempre que possível. Neste caso, vale o ditado: "quem guarda, tem".

Todos os pontos levantados como formas de poupar água - por conta do volume de água do sistema Cantareira que não para de baixar - são atitudes que as pessoas podem adotar como hábito. Assim, a questão não é informar como pode ser feito, mas criar hábitos sustentáveis.

Além de se tratar de uma campanha temporária, é tardia. Esperou-se até uma situação grave para se iniciar a divulgação de medidas para serem tomadas pelos paulistanos. Se existisse a educação, não seria necessária uma ação de emergência, não tão urgente assim.

Captação de água

Algo que foge de minha compreensão até agora é por que não se providenciou um projeto para captar água das chuvas. E, na verdade, é algo que deveria ter sido adaptado há anos, pois - diferente do esperado - não vimos as águas de março neste ano. Pelo contrário, vimos (e sentimos calor) e a água cair pelo ralo - literalmente.

Mesmo que não tenha chovido no último verão, a água da pouca chuva que tivemos já poderia ser considerada como reserva. Pouco, mas já é algo.

Futuro

Diante do quadro que enfrentamos agora, espero que esta questão seja levada em consideração e se torne uma discussão de maior amplitude e atenção.

Outros debates que envolvem água - como a despoluição do Rio Tietê e Pinheiros, o tratamento do esgoto e reuso da água - já são velhos conhecidos, porém, foram deixados para trás depois de o governo ter valorizado assuntos políticos, por interesses individuais. Os  tópicos se apagaram da memória.

Reflexão

Para refletir, finalizo com um trecho do poema "O Cão Sem Plumas", de João Cabral de Melo Neto.


Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.


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