Depois do primeiro passo dado, o resto parece mais fácil. Talvez.
Voltei a avaliar o que poderia encaminhar para a doação. Cada vez mais, percebo que - possivelmente por conta das minhas raízes que têm a tradição de guardar tudo - construí um "armazém infinito" de coisas. Minha impressão é que quanto mais vasculho, mais coisas existem, aparecem. E não termino nunca.
Já na segunda parte da organização, talvez tenha tido a consciência de que teria de me desfazer de muitas "lembranças" sem dó. Ou, quem sabe, esteja me livrando deste profundo desapego pouco a pouco.
A conclusão é que preciso dar espaço para novas energias e, portanto, novas roupas, livros e outros objetos que remetam a recordações.
Até mesmo parte de minha coleção de livros - que inclui presentes, literatura obrigatória, obras cobradas em provas de vestibular e aqueles que comprei - terá de ser desfeita.
O engraçado é que o pior (e mais triste) é ter de descartar minha coleção de revistas da adolescência quase por inteiro. Adorava as matérias, os testes, as dicas...! Aprendi muito! Nessa época, fui assinante por dois anos e era uma leitora assídua e ativa, porque sempre enviava e-mails para criticar, elogiar e participar. Se não me engano, ainda quando as pessoas se comunicavam via correio, cheguei até a enviar uma carta para a redação!
Por enquanto, a alternativa que encontrei foi reviver todos os momentos ao reler/rever o que ficou guardado, abrir um sorriso ao me emocionar, dar o "último adeus" e manter cada pedacinho de vida em algum canto da memória.
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